24 dezembro 2007

GOING SOUTH PT



23 dezembro 2007

Ushuaia


Vista do muelle afasyn. Ary Rongel ao fundo.

18 dezembro 2007

Será um feliz 2008...



2007 foi muito bom, 2008 promete, mas nao tenho nada que pedir, seria pedir demais.

16 dezembro 2007

Claaaaaaaaaaro...

Citando o cara que mais entende de futebol neste planeta:

Sim, claaaaaaaaaaaaro, a Fifa e a CBF têm toda razão: Pelé e Zico nunca foram campeões mundiais, mas é ló-gi-co que o Vampeta sim...(sim, aquele mesmo que é tri-rebaixado)


11 dezembro 2007

Campanha: Vote no Simões!!

O Jornal O Globo está com uma dessas enquetes de fim de ano, para escolher as personalidades que "fazem diferença", o Prêmio Faz Diferença. Na categoria Ciência/História, está o Professor Jefferson Cardia Simões, o cara que mais entende de gelo no Brasil, um dos principais pesquisadores do Programa Antártico Brasileiro e o primeiro brasileiro a chegar ao Pólo Sul por via terrestre (outros voaram até lá ou andaram só os últimos quilómetros, mas Júlio Fiadi promete mais em breve).

Votem no Professor Simões!!

10 dezembro 2007

Reciclagem




Via Autoliniers.

06 dezembro 2007

Save the whales!

Tem dias que eu adoro meu trabalho, de vez em quando a gente atua no lado bom da Força.



Com os Comissários na CIB de Argentina, Brasil e Panamá (mais duas samambaias do Greenpeace e dois pobres coitados vestidos de mascote do Santos F.C.) em frente ao Palácio San Martín, na Reunião do Grupo de Buenos Aires.


29 novembro 2007

Apud

A CVC não vai gostar...

Campanha

Admitindo que o Grêmio cumprirá seu papel e, lutando por uma vaga na Libertadores, fará de tudo para vencer o Curíntia;

Recordando o vergonhoso campeonato de 2005, quando o Curíntia tungou o Inter no tapetão;

Considerando que o rebaixamento dos Gambá depende de uma vitória do Goiás sobre o Inter na próxima rodada;

Tem-se início a campanha:

ENTREGA INTER!!!!

PS feliz da vida na segunda: Que o curíntia caia para a segundona por um penal repetido três vezes, depois de ter afanado um campeonato inteiro repetindo 11 jogos (inclusive aqueles que não ganhou, apesar do árbitro admitir ter roubado a favor dos gambá), é impagável, não tem preço, me faz crer em justiça divina.

13 novembro 2007

Brinquedo novo

Brinquedo novo
Testando blogagem por celular

11 novembro 2007

Nunca gostei tanto da monarquia...

19 outubro 2007

Em breve, no Rio da Prata...

30 setembro 2007

Piadas prontas

Da série "Buenos Aires. Urgente!!"

"Los Dogos" argentinos ganharam a primeira Copa do Mundo Gay de Futebol - la morderon mejor.

Para grande satisfação dos setores nacionalistas do país, o feito foi contra a equipe inglesa - la tragaron mejor.

Irã e Brasil não mandaram equipe para a Copa Gay, mas o gol que deu o campeonato aos Dogos partiu da cabeça de um brasileiro, Maikon Monteiro, que, segundo o La Nación, é hétero. Macho pracarái, véi. Mas isso não impede os argentinos de gritarem que são as bichas que melhor batem bola no mundo.

Após o término da partida, centenas de porteños foram comemorar ao redor do Obelisco, gritando tri-campeón. Também ouviu-se o tradicional canto de torcida, agora em contexto renovado: sacales, sacales, sacales una foto! Que se ván a Inglaterra con el culo roto!! Preocupada com a saúde dos atletas, a organização do evento providenciou uma camisinha para o monumento fálico. Alguns permaneceram no local até o dia seguinte, na esperança de emendar a celebração com os rugbiers eufóricos pela classificação dos Pumas para as quartas de final do mundial de Rugby.

28 setembro 2007

Cold Turkey

...preciso viajar.

(Mãe, não se preocupe. Viajar de verdade, deslocamento físico, não experiências alucinógenas)

27 setembro 2007

Primavera em BsAs

Primavera em BsAs, provavelmente a melhor época do ano. Os dias vão ficando mais longos, faz calor o suficiente para que pernas e decotes apareçam, mas ainda está frio o bastante para que as meninas usem botas.

Se ao menos o trabalho me permitisse passar mais horas tomando café na calçada...

24 setembro 2007

Perfume para os ouvidos

E a frase do ano vai para Lourenço, personagem de Selton Mello em O Cheiro do Ralo:

Mulher é tudo igual, se você bobear, os convites vão para a gráfica.

Em um distante segundo lugar vêm empatados, do mesmo autor:

Eu quero envelhecer ao lado dessa bunda!

Repete comigo: Eu fiz porque quis


05 setembro 2007

Utilidade pública

Povo de Brasília!!!

Façam um favor a si mesmos! Dêem um desconto para a versão breguinha em português de Anoche soñe contigo da Paula "ainda sou boa como nos anos 80" Toller (certas coisas não podem ser traduzidas do espanhol para o português, por mais similares que sejam essas línguas) e garantam suas entradas para uma das apresentações de Kevin Johansen no CCBB, nos próximos dias 13, 14 e 15 de setembro. Depois vocês podem me agradecer.

Até lá, fiquem com a versão original de Anoche...:



E, para público seleto e mais que restrito, All I wanna do:

03 setembro 2007

ABC das finanças estatais

Se dinheiro público dá no mato, dinheiro público via PNUD, então, vixe!

22 agosto 2007

Efeméride

...são 8 dias para o fim do mês...

De hoje a um ano.

21 agosto 2007

Trilha sonora - vacaciones mode: OFF

Depressão pós-vacaciones.

Pobre papá

(El cuarteto de nos)

Papito tiene que ir a trabajar, no quiere
Papá no quiere ir pero tiene que ir igual
Papito dice el ocio es lo que papi adora
Papito no nació para las ocho horas

Papá no quiere trabajar pero lo obligan
Papito prefiere quedarse panza arriba
Papito quiere una vida más relajada
Papá quiere quedarse en casa y no hacer nada

Pobre papá pobre papá
A el no le gusta trabajar
Pobre papito pobrecito papá
Nunca lo dejan descansar

Papito no quiere trabajar tan seguido
Papá preferiría ser un mantenido
Papá piensa que un día manda todo al carajo
Pero no encara eso porque es mucho trabajo

Pobre papá pobre papá
A el no le gusta trabajar
Pobre papito pobrecito papá
Nunca lo dejan descansar

Siempre pensé que trabajar no era moderno
Si el trabajo es salud que trabajen los enfermos
Si el trabajo es salud que trabajen los enfermos

31 julho 2007

Trilha sonora após uma desperdiçada noite insône

chúpame la mente cable
suck my mind
chúpame la mente cable
suck my mind

así que dele
tome su tele
y haga como chele

(Martín Buscaglia)

Adoro chele de cedul, mas não sei quem ou o que é chele* na canção acima ou ainda o que fez com sua TV. Tenho a impressão de que a jogou pela janela. Pelo menos é isso que eu deveria fazer...

***

Como estou em clima de férias, esta edição do Trilha Sonora é dupla, vai aí um trecho de Pobre Papá, dos geniais Strokes uruguaios, El Cuarteto de Nos:

siempre pensé que trabajar
no era moderno
si el trabajo es salud,
que trabajen los enfermos
si el trabajo es salud,
que trabajen los enfermos

*PS 5/9: Segundo a fan-girl a meu lado na apresentação de Buscaglia no dia 2 de setembro na BAFIM, "Chele" é uma espécie de Chacrinha da TV uruguaia, um negociante que, para anunciar seus calçados à venda, os atira ao público.

28 julho 2007

Enrugado


Óia o gordo.

27 julho 2007

Dinheiro público dá no mato

Eu nem sei quem é Vanessa da Mata. Mas acho curioso como estão batendo na menina porque seu DVD recebeu 900 mil doletas da Lei Rouanet. Ela só está usando um recurso disponível, legal e amplamente utilizado. A crítica ao caso dela, porque a obra visa o lucro, se aplica sem tirar nem por a TODA obra artística feita com recursos da Lei Rouanet - praticamente todo o cinema nacional, por exemplo, até os filmes da Xuxa.

O raciocínio se aplica também a praticamente todo e qualquer incentivo governamental dito "desenvolvimentista", "proteção da indústria nascente", etc. É dinheiro público saindo da coletividade para reduzir o risco e aumentar o lucro de pequenos grupos privados amigos do rei. Volte lá no Celso Furtado e procure no índice remissivo "socialização das perdas".

Como bom brasileiro, acho que temos é que bater no peito e defender os aviões da Embraer tanto quanto os DVDs da Vanessa da Mata. E mais, eu também quero meu jabá. Este blog passa a fazer parte da campanha lançada por Serjão comenta do céu:



Ser liberal é uma merda mesmo...


26 julho 2007

Uma notinha surreal

Tenho um notório horror a serviços de atendimento prestados por 0800. Em determinado momento, quando vejo que tudo está perdido, me contento simplesmente em ter a quem xingar, pobre do atendente do outro lado da linha, que não tem culpa do fato de que o manual diante dele foi feito propositalmente para ser tautológico e cansar o cliente. Mas xingar é uma válvula de escape melhor do que esmurrar portas.

Mas há uma sutil diferença entre minha experiência com os 0800 brasileiros e argentinos. Os brasileiros te irritam profundamente ao não oferecer soluções para seus problemas, chegando ao ponto de dizer que o problema simplesmente não existe. Aqui isso também ocorre, mas antes disso - e essa é a parte divertida - o atendente tenta genuinamente te convencer, com aquele jeitão tano tão porteño, de que você simplesmente está errado e que sua consulta é completamente indevida. A última foi o 0800 da Sony, onde o tiozinho afirmava que eu não poderia entrar em contato diretamente com nenhuma das lojas, porque elas não teriam telefone.

Insistem tanto e tão convencidos que eu não me irrito mais a ponto de xingar ninguém. Ao contrário: me divirto, rio às gargalhadas, sofismando ad absurdum e esgrimindo ironias. Um excelente exercício de argumentação, recomendo.

23 julho 2007

Plágio

Dêem uma olhada neste texto aqui, do blog de humor Opinão Popular. Depois leiam este vendido aqui, na Carta Maior. Quem plagiou quem?
é claro para qualquer pessoa com o mínimo de discernimento, os grandes culpados são o neoliberalismo, o capitalismo selvagem e o egoísmo burguês, que são exatamente a mesma coisa.

a ver se com isso eu atraio um pouco da audiência do Tio Rei, que está de férias...

22 julho 2007

So much for monogamy....

Vocês lembram disso aqui?

Se tiver preguiça de clicar, explico: alguns têm mania de atribuir características humanas a animais e vice-versa, na tentativa de criar modelos de comportamento. Um desses modelos inatingíveis, talvez o maior mito da civilização ocidental, é o do amor monogâmico, "personificada" para alguns no exemplo do pingüim.

O pingüim, vale lembrar, é o power animal do Jack.

Qua-quara-qua-qua...parece que também os relacionamentos esfeniscídeos sofrem das tentações da carne. Os bichinhos recorrem até à prostituição!! (Clique aqui para uma versão não acadêmica do texto)

A notícia certamente virá como alívio à consciência de muitos outros além de mim.

18 julho 2007

Nunca antes neste país....

...viajar foi tão perigoso. A frase "relaxa e goza..." atinge uma nova dimensão a partir do triste acidente de ontem. Não foi gracejo, não foi lapso, foi sintoma da incompetência generalizada, sintetizada na frase abaixo, em itálico:
Tragédia anunciada

Ao falar ontem sobre a "evolução" do ministro Guido Mantega, Lula fez a frase que talvez seja a mais simbólica de seu estilo de governar. A mais completa tradução do que se passa nos céus do país há dez meses desde que caiu o avião da Gol.

Veja o que Lula disse:

- Em determinados cargos (...) a gente faz quando pode, e, se não pode, a gente deixa como está para ver como é que fica.

Pois é, é assim que se leva um país. Foi com o governo "deixando como está" e "vendo como é que fica" que uma nova tragédia, esta bem anunciada, resultou em mais de 200 cadáveres.

17 julho 2007

Guerrilheiros relaxando e gozando

Com a consolidação dos blogs como meio de comunicação na Internet, não tardou muito para o mercado publicitário se impor também neste meio. Não estou falando dos Google Ads e afins (que não me rendem nada mesmo...alguém aí se incomoda com os anúncios?), mas do que se convencionou chamar de "marketing viral" ou "marketing de guerrilha"- coisas que parecem engraçadinhas e legais para passar adiante por mail, mas que na verdade foram criadas e divulgadas em primeiro lugar por publicitários.

Quem mais entende do tema provavelmente é Mr. Mason do Cocadaboa, site que já foi dos mais polêmicos do Brasil, mas que anda meio de lado porque Mason justamente consolidou-se como um dos grandes guerrilheiros de marketing do Brasil e agora tem mais o que fazer do que administrar o site (seus críticos chamam ele de "traidor do movimento"). Aparentemente, ele tem uma rixa com o Antonio Tabet do Kibe Loco, talvez o mais acessado site de humor em português, e pelo que entendi é exatamente pelo uso que este último faz de campanhas virais.

Ou vai me dizer que a piada do "Hoy... - Ooooiiii..." não é jabá da empresa de celular detrás desta campanha endossada pelo site? Só não é mais direto que este post sobre uma marca de cerveja...

O Kibe tem milhares de acessos diários, tem mais é que faturar em cima mesmo. Independentemente de terem sido feitos ou chupinhados para uma campanha de marketing, são posts criativos - talvez até mais criativos por isso. Não é tudo publicidade, obviamente, mas a audiência dos posts "inocentes" é também exposta à publicidade, sem que esta seja explícita como tal. A Internet deu uma forma aos publicitários de criar e rastrear o famoso "de boca em boca".

Não estou criticando Tabet, só estou citando isso como exemplo de que, como em todo meio de comunicação de massa, tampouco há inocência e imparcialidade na blogosfera, nem mesmo em sites de humor. Mas é bom ter em mente que ao enviar um link divertido para alguém, você possivelmente está fazendo comercial de graça - você faria isso com algum panfleto na rua?

Toda a enrolação acima para levantar a seguinte hipótese conspiratória. A Peugeot não tinha que tirar do ar o anúncio que tira sarro da Marta Suplicy, pedido do Presidente ou não. E se a retirada do anúncio, logo incluído no YouTube, e a conseqüente polêmica a respeito foram parte da campanha?? Vá lá, é um comercial engraçadinho, mas nem tanto, cairia logo no esquecimento - a polêmica gerou um burburinho muito maior do que teria o anúncio normalmente, em um público com maior poder aquisitivo, o que tem acesso à Internet.

Não duvido que tenha ocorrido o pedido do Presidente, dadas as anteriores manchas de autoritarismo na faixa presidencial, mas aposto algumas fichas que a empresa aceitou de bom grado a oportunidade de ver seu comercial passando em todas as telas de computador do país. Fico imaginando o publicitário fazendo doce quando lhe pedem que retire a campanha do ar, para depois, sozinho na sala, fazer uma dancinha da vitória e abrir aquela garrafa de champanhe guardada...

13 julho 2007

Precisa de uma desculpa para vir a BsAs?

Precisa de uma desculpa para vir a Buenos Aires? Te dou três. Bom, não o faça por mim, nem precisa aceitar minha palavra, não precisa nem visitar. Mas talvez você se convença por estes caras. Lembre-se também disto aqui.

Esta cidade é muito foda!!

A verdade é que não há desculpa para não vir a BsAs....

(...e tem gente que prefere servir na Europa...)

12 julho 2007

Haja corazón!!

Era tudo que eu não queria...

PS pós-partido: Bom, nem foi tão ruim assim...

Siga, siga, siga el baile...
al compás del tamboril....
que seguimos campeones,
somos los hinchas de Brasil!


Fica esperto!

Eu já falei sobre isso antes. Minha geração ficou velha precocemente e a indústria cinematográfica insiste em lembrar-nos disso a todo tempo com filmes baseados em seriados de nossa infância...

...bah, podem continuar explorando minha memória afetiva, eu gosto!




Desgraça de musiquinha que não me sai da cabeça!!

11 julho 2007

Clássico da repartição: Caminhoneiros x Tropa de Choque

Em clima de Copa América, eles estão de volta. A torcida organizada do sindicato dos caminhoneiros bate bumbo à porta da repartição, bem abaixo de minha janela (protegida com jardineiras anti-bomba, herança arquitetônica da ditadura), cantando xenofobicamente siga el baile, siga el baile / al compás del tamboril / que esta noche nos cogemos / a los putos de Brasil.

Só aos putos, por favor.

Será uma manhã interessante, haverá quilombo. Y los niegros de mierda / nos quieren cagar / y los niegros de mierda / nos quieren cagar / Qué quilombo / Qué quilombo voy armar...

Quando cheguei já havia um empurra-empurra entre a militância e tropa de choque da polícia porque esta apagou uma fogueira na pracinha aqui em frente. Parece que intenção da hincha do sindicato é acampar.

A polícia está na porta desde ontem, passando frio. Anda fazendo um frio dos diabos, como vocês sabem. E a tropa de choque está louca para aquecer-se.

UPDATE: Depois de uma longa manhã escutando bumbos no trabalho como se eu remasse em uma galera antiga (nunca digitei de forma tão ritmada...), a hincha do sindicato foi embora, mas sem levar borrachada.

PS: Me encanta escutar a hinchada gritar negros de mierda menos de uma semana depois de ouvir de um diplomata argentino que aqui não há racismo "porque no hay negros". Ha! É quase tão engraçado quanto ouvir que não há racismo no Brasil "porque raça não existe" - como se a inexistência de raças anulasse o preconceito ao invés de deixá-lo ainda mais em evidência, como se fosse necessário declarar-se racista para ser-lo...

09 julho 2007

9 de julio - neve em BsAs!!


Bom, agora não falta nada para o porteño se considerar integrante do primeiro mundo. Talvez um terremoto...
Infelizmente, perdi essa (estava em trânsito). A foto acima é do Clarín.


O frio aumentará o consumo de energia, agravando um quadro de crise cuja existência é pateticamente negada pelo governo. Você congela os preços energéticos, inibindo os investimentos no setor - o que acontece quando a produção ocupa a capacidade ociosa?? Biduzão.

Na verdade, não sei se Señor y Señora K. estão esquentados com o fato, já que a neve é uma evidência visível e palpável do argumento governista: não existe crise energética, é o inverno que é está mais forte. Hmm...isso me soa familiar... Sugestão: que o Ministro De Vido saia a dizer por aí que a neve é sinal de prosperidade, que é prova de que a Argentina está mais próxima dos países desenvolvidos e que há mais casas com aquecedores. Quem se lembra de neoliberal fazendo nevar??

Mas talvez, só talvez, Señor y Señora K. devessem estar preocupados. Quem acredita em mandinga sabe que não se pode negar os sinais divinos: a última vez que nevou em BsAs foi em 1918, quando os Radicais consolidavam seu primeiro ciclo no poder com Yrigoyen, o nome de rua mais complicado entre a Gral. Paz e o Rio da Prata. Talvez seja tudo um complô da oposição...

Ai, Cristo!

Post tardio, mas estava longe, no norte da Argentina (do c@$%lho!!!), relevem:

Ainda o Cristo.

Eu já havia dito. Você seeeempre pode contar com sentimentos nacionalistas para justificar o uso de carne humana como bucha de canhão e para botar azeitona na empada alheia.

Sempre
.

06 julho 2007

Buenos Aires, urgente!!

(para ler em voz alta, no estilo Gil Gomes)

Às 04h15 desta madrugada, em Buenos Aires, capital argentina, teve fim uma tensa, tensa e inusitada, toma de reféns, não longe daqui, na rua Montevideo ao 497, terceiro andar, no inferninho conhecido como Exquisito.

[sonoplastia: pausa dramática]

Acompanhado de outro meliante, tomado de intensa, intensa fúria passional, o ex-presidiário Pedro Javier Blanco tomou como reféns dez mulheres, dez prostitutas que trabalhavam no local.

[sonoplastia: pausa dramática]

O marginal, armado com uma pistola calibre 9mm, declarou-se perdidamente, perdidamente, apaixonado por uma das garotas de programa. Não está claro, não está claro, qual delas. O seqüestrador dizia que queria se casar com a garota, que queria tirá-la da vida de meretrício, e que iria matar todas as reféns se ela se negasse.

O caso está registrado na 3ª DP.

***

Que lindo! Que romântico! Que puta declaração de amor!!!

Merece virar tango:
Como me dolió el corazón
ver la mujer que ya fue mía
de mano en mano por el callejón
por mi culpa y cobardía

Con tanta ternura
esa linda criatura
no lo merece estar perdida

Diós
como me arrepiento
haber lastimado esa persona

si ella me perdona
si me quiere todavía
voy a sacarla de esa vida

si ella me perdona
si me quiere todavía
voy a sacarla de esa vida

03 julho 2007

Cataratas do Iguaçu

Em junho, aproveitando um feriado prolongado, as temperaturas mais amenas e o fato de não terem iniciado ainda as férias escolares, peguei a velha Sony e tomei um dos extorsivos vôos da Aerolíneas para fazer um bate volta naquela que é talvez a grande meca do turismo de massas na América do Sul: Cataratas do Iguaçu. Visite o álbum de fotos no Flickr
***

Foi também a primeira vez em muito tempo que viajei sozinho. Não que seja melhor do que uma viagem acompanhado, mas eu sentia falta dessa coisa mochileira, buscando "single-serving friendships" no albergue para tomar uma cerveja ou rachar transporte (single-serving também pode ser traduzido por "descartável", mas aí não seriam friendships).

Nômades e desterrados são particularemente receptivos a seus pares, ainda que desconhecidos: se em sua terra natal você puxa conversa com alguém que nunca viu antes, as chances disso terminar em uma cervejinha são menores do que entre nômades e desterrados. Não que viajantes independentes sejam mais abertos, eles estão mais abertos a estranhos. Independência pode ser sinônimo de solidão e há pessoas que fogem disso sem se dar conta de que fogem de si mesmas. O que cansa é o papinho padrão "de onde você é-para onde você vai" que se repete sempre...

***

Meu objetivo era só conhecer os parques mesmo, sem pressa. Calculo que mais cedo ou mais tarde terei que ir a Foz a trabalho, então resolvi ficar só por Puerto Iguazú, por pior que seja este cu de pueblo, onde a Argentina já terminou, mas o Brasil ainda não começou (e tampouco está no Paraguai). Fronteiras com acessos terrestres são muito estranhas, você está em uma estrada, passa por um enorme guichê de concreto e de repente, arbitrariamente, você está de volta a seu país, os outdoors e a rádio falam sua língua, mas você, não entende bem porque, se sente duplamente estrangeiro.

Triplamente estrangeiro, se considerar que ali é território guarani, onde se fala guarani. O ônibus mais multicultural do mundo é o que vai da rodoviária até o parque nacional, onde na mesma viagem é possível ouvir inglês, alemão, norueguês, finlandês, chinês, italiano, português, espanhol, árabe e guarani.

Pan 20070616_Cataratas_076-77-78-79

Atribui-se aos guaranis uma lenda breguinha sobre um amor proibido que ofendeu um deus sedento por sacrifício que criou as cataratas para separar e punir o casal, mas o arco-íris os une e o amor vence (céus...que horror...). Com poucas variações, já vi essa mesma lenda atribuída a pelo menos dois povos para explicar outros acidentes naturais. Com um pouco de pesquisa, você encontrará outras lendas supostamente autênticas como mito de origem do lugar. Nada tira da minha cabeça que essas lendas foram inventadas por algum agente de turismo contemporâneo...

***

Nos fóruns e sites de turismo que consultei era inevitável a questão "qual lado é melhor?".

A pergunta só se aplica se for uma referência a "qual parque nacional é melhor?". Aí, lamento Embratur, mas tenho que ficar com os argentinos, que colocam à disposição muito mais informação e mais atividades ao visitante, sem cobrar os preços escandinavos que cobram os concessionários turísticos brasileiros. Mas eu não entendo como falam de "lado brasileiro" e "lado argentino" das Cataratas, como se fosse possível cortar a água.

O fato incontestável é que há mais variedade de passeios e vistas no parque argentino, da mesma forma que as passarelas do parque brasileiro permitem uma visão de todo o conjunto que não é possível do outro lado do rio. Se é do Brasil que se vêem as melhores paisagens, não pode ser o lado brasileiro o mais bonito, já que o que se vê é o parque argentino. Por outro lado, o visitante na Argentina não tem o mesmo grau de assombro que se tem do lado brasileiro, porque sempre só se vê apenas o parcial. A questão é tautológica e, como toda tautologia, absolutamente inútil. As Cataratas são uma coisa só, Y-Guazú, indivisíveis, nem sei porque se dão ao trabalho de dar nomes individuais para cada salto.

Já fui (fomos todos) tão bombardeados com imagens das Cataratas que sinceramente achei que não iria me impressionar. Tolo engano. É fantástico. Y-Guazú, Iguaçu, Iguazú, Iguassu...em guarani quer dizer "água pra caralho". Mais água do que você pode imaginar, gotas em suspensão por todo o lado, subindo como fumarola e te envolvendo com um véu branco que altera as cores do ambiente, levando umidade a teus olhos, teu nariz e tua pele, ocupando tudo com um ruído absoluto, tão onipresente que se torna silêncio.

Vá. Em três dias é possível visitar os dois parques com folga (dois dias para o parque argentino). Se você não tiver problemas em acordar cedo, com um pouco de boa vontade dá até para fazer em dois dias. Minha sugestão de programa é a que segue (não é exatamente o que eu fiz). No parque brasileiro, percorra as passarelas sem pressa e deixe para os gringos os passeios pagos. Tome mais tempo no lado argentino, percorra absolutamente tudo, Circuito Inferior, Circuito Superior, Trilha do Macuco, Ilha San Martín (talvez a melhor vista do parque argentino), o passeio de inflável (é muito mais barato aqui). Ignore o "trem ecológico" e caminhe alguns Km até a Garganta do Diabo - você nunca verá tantas borboletas juntas como nessas poças de lama. Cheque o calendário lunar, há passeios noturnos ao parque em noites de lua cheia. Pule o almoço e coma um surubim grelhado com mandioca frita na janta. Se viaja sozinho, busque um albergue para encontrar outros viajantes dispostos a rachar um remis até o parque do outro lado da fronteira. Tome o ônibus do seu lado da fronteira. Se viaja com alguém especial, cometa a extravagância de ficar em um dos hotéis cinco estrelas dentro dos parques. Vá.

***

Em um trecho megalomaníaco do ótimo El Interior, Martín Caparrós diz que teve estúpidas ganas de escupir hacia el salto, de agregar algo: de participar. No meu caso, feri os olhos ao fazer o passeio de inflável até os saltos e confiar demais em meus óculos - as Cataratas escupiran no meu olho. Acabei com uma conjuntivite que nem o Photoshop salvou.

***

Puerto Iguazú é incompreensivelmente feia. Foz pelo menos tem a desculpa de que é uma cidade grande, com todos os problemas de uma cidade grande. Puerto Iguazú não, ela existe em função das Cataratas, é totalmente dependente do turismo, mas não tem nada de pitoresco, suas ruas, casas e prédios não tem a menor preocupação estética. Na noite do centro predominam cachorros vadios e adolescentes de interior bêbados com sua mobiletes, em lugar de turistas com seus cartões de crédito.

A resposta talvez esteja no turismo de massas. Muitíssimos visitantes passam por lá, mas a maioria permanece pouco tempo e está sempre envolvida em cápsulas motorizadas hermeticamente fechadas pelo agente de viagens, mantidos isolados do meio-ambiente que tanto os fascina. Os hotéis, até mesmo alguns albergues, se esforçam em ter toda uma estrutura para manter o visitante confinado, restrito ao trecho hotel-ônibus-parque-ônibus-hotel. Quem fica na cidade são geralmente turistas jovens, que gastam menos.

Não me leve a mal, acho extremamente pedante a distinção que alguns fazem entre "turistas" e "viajantes". Poderia bater mais neste ponto, mas não vou agora. O máximo que eu admito é alguma distinção entre "turismo de massas" e "turista/viajante independente", i.e. aquele que viaja sozinho ou em pequenos grupos e faz sua própria pesquisa, foi atrás de roteiros, transporte, hospedagem e alimentação por sua conta, sem precisar de ajuda de um profissional ou agente. O ponto aqui é simplesmente que a quantidade de turistas não está necessariamente associada com a grana que fica no local, tampouco com a qualidade da atração.

Verdade seja dita, os parques conseguem manejar o volume de turistas muito bem. É inevitável a comparação entre as passarelas para manter os turistas nas trilhas e currais estreitos para conduzir gado, todos em fila indiana. Aquilo realmente deve ser um inferno em alta temporada, uma longa e contínua fila, ainda bem que escapei disso. Mas, por outro lado, se não fosse essa abordagem "turista = gado", os parques provavelmente já estariam destruídos ou fechados, ou seriam inacessíveis para muita gente.

O que me ofende no turismo de massas não é o volume de visitantes, é a pasteurização da visita. Cria-se uma imagem estereotipada que é vendida em embalagens assépticas, um produto descartável que homogeneiza a experiência do visitante. No caso das Cataratas, geralmente associados às palavras "adventure" e "jungle". Depois tem gente que reclama que gringos acham que tomamos cipós para ir ao trabalho. Céus, o que é aquele ônibus no parque brasileiro com "ruídos da selva" nos alto falantes?!?! "Adventure" pacas meu passeio pela trilha sendo rebocado por um carrinho de golf, sentado ao lado de uma sexagenária alemã. Olha que selvaaaaaagem aquele quati buscando um resto de batata frita no lixo!!

***

Quem lê o trecho acima pode até achar que eu não gostei da viagem, mas se enganaria. É realmente um desses lugares que você precisa ver antes de morrer. É hipnotizante contemplar aquele tanto de água caindo, envolvido pela névoa como se você fosse parte delas, por horas ver a mesma coisa sem cansar e notar algo diferente a cada variação da luz ou mudança do vento. "Y-Guazú" é superlativo.

01 julho 2007

Quem disse que o mercado de trabalho para formados em Relações Internacionais é restrito??

Seleção brasileira?

O que é Copa América?!

O evento esportivo do momento é o World Series of Poker (WSOP) em Las Vegas, onde no instante em que escrevo essas linhas Leandro "Brasas" é o chip-leader.

Acompanhe pelo blog dele ou pelo site do WSOP.

Agora ele se chama "Brasas", mas na época da faculdade, na mesa de poker onde ele aprendeu a jogar, lá no postinho da UnB, era "Taz" e "Neckless".

Vai moleque!! Que Teodomiro esteja com você!

UPDATE 02/6 10h30: MESA FINAL!!!
UPDATE 03/6 00h05: Leandro jogou muito e chegou ao quarto lugar no campeonato, levando a bagatela de 190 mil doletas. Todas as mesas de poker do Brasil te aplaudem de pé, moleque.

PS: Acompanhei o campeonato pelos blogs, atualizando a todo tempo, F5, F5, F5, muita gente fazendo o mesmo, conversando na janela de comentários. Parecia a Copa do Mundo de 1958 sendo acompanhada no único radinho da vila, com crianças correndo de um lado para o outro para narrar os lances. Eu adoro a Internet.

Trilha sonora

Porque mesclar está bueno...

Guacamole
(Kevin Johansen
)


Sittin’ on a bencho, waitin’ for the teco guacamole
Carne con frijole’, carne con frijole…
Waitin’ for the sun to shine, hopin’ for the chicken yakisoba
Hope there’s some left over, hope there’s some left over…

Ay, mami, qué está haciendo, dónde va?
Ay, papi, no sé, pero vete ya!
Even when the pompan takin’ on a holey, guacamole…

Samarranch, Havelange, Copa Mundo, UEFA de la FIFA
Just like Queen Latifah, hope she got some reefah
Solitaire, happiness, joie de vivre just’ a like Lola
Hope she’ there sola, hope she’ there sola

Guacamole, Si Señor, Por Favor!

Vamos a comer a lo de Beto, que nos hizo guacamole!
Carne con frijole’, carne con frijole’!
Cuchufrito, habichuela, hot tamale, trucha al escabeche,
Con café con leche, con café con leche…
Chimichurri, zucundún con chequendengue, Caraguatatuba
Y uma caipiruva, y uma caipiruva…
Un poquito de manteca, cuatro cucharada e’ milanesa
Queso con frambuesa, pongan bien la mesa!

Boca Juniors, River Plate, Chacarita, Diego Maradona
Diego no perdona, Diego no perdona
Solitaire, happiness, joie de vivre, just a like a Lola
Hope she there a sola, hope she there a sola…

Guacamole, guacamole, si Señor, por favor!

29 junho 2007

Networking

Eu resisti ao hype, não entrei no Orkut. Até recentemente. Ao ter um Gmail passei a ter automaticamente um perfil, mas nunca o usei. Em uma noite insône, no entanto, talvez sofrendo de uma certa melancolia invernal associada com a repentina constatação de que estou ficando velho, acabei montando meu perfil lá. Não, não vou botar o link aqui.

Verdade que, para uma ferramenta do Google, achei os recursos e o desenho muito fraquinhos, principalmente comparado ao Blogger (também do Google) e ao MySpace (da Microsoft), que te dão muito mais opções. Mas nem adianta achar ruim, a brasileirada está toda no Yakult, já me dei ao trabalho de montar o perfil (com a vantagem que as entradas do blog e as fotos do Flickr podem ser vistas de lá via rss), talvez eu até encontre alguma utilidade para as comunidades. Enquanto isso vou rastreando amigos com quem perdi contato e, claro, fuçando egos alheios.

Mas até agora constatei apenas que a melhor utilidade daquela joça é mesmo a procrastinação, muito bem descrita no Piled Higher & Deeper, basta substituir "Facebook" por "Orkut" na tirinha abaixo (tem que clicar para ver inteira).

27 junho 2007

Você é meu herói de infância...sem querer te fazer sentir velho

Em julho de 2005 saí mais cedo do trabalho e fui a uma palestra do Amyr Klink em Brasília. Me meti a fazer uma pergunta e gaguejei horrores - só depois soube que foi transmitido pela TV Câmara. Fui descobrir agora que a palestra inteira está disponível para download.

Filma eu, SêoTubo!!

26 junho 2007

Saudades


...um ano hoje...

Ortodoxia Liberal

Pesquisa Sensus divulgada no blog do Fernando Rodrigues indica que 57,9% dos brasileiros aceitariam a instituição da censura prévia.

Medo...muito medo. É de se esperar que muita gente esteja disposta a abrir mão de liberdade em nome de algum conforto material ou alívio de suas culpas, mas potaqueupariu tanta gente assim?!?!

É muito complicada essa história de liberdade, com ela vem a atribuição de responsabilidades por seus atos. Está nisso a superioridade do livre arbítrio, no entanto: não é nenhuma garantia de felicidade ou de bem estar (pelo contrário...), é apenas a constatação de que você é o único dono do seu nariz, não tem a quem culpar por suas mazelas. Dá para entender porque quase 60% dos brasileiros acham mais fácil delegar isso a um nhô-nhô que diz saber o que é melhor para a gente. Se você não sabe o que é melhor para você, porque acha que nhô-nhô saberia?!

Eu já disse aqui que livre arbítrio é uma responsabilidade da porra. Alguém já deve ter expressado isso de maneira mais elegante.

Meu consolo é que sempre nos resta a Ortodoxia Hayekiana...

PS: Epa! Eu escrevi nhô-nhô antes!

25 junho 2007

Paroquiais

- Há fotos novas no meu Flickr;

- Mudei o cabeçalho, o que meus seis leitores acharam? Comentários, por favor.

- Como parte do inútil esforço de ganhar uns trocados com algo que farei de qualquer forma de graça e a conseqüente necessidade avaliar a audiência deste blog, o Explorador deitado na rede está agora devidamente cadastrado no Technorati e naquele que me pareceu seu mais parecido filhote brazuca, o BlogBlogs;

- A partir de hoje, os links nos posts serão abertos em uma nova aba e não em uma nova página (avisem se der pau). Infelizmente não sei fazer o mesmo para os links da template. Se você não navega com abas, abandone o IE6 e baixe logo o Firefox.

21 junho 2007

Desapareció un lago en el sureste de Chile

Hein!? Cuma?

Coméquié?! Repete! En serio?!

Terreno fértil para lendas urbanas. Nada de OVNIs, meus palpites são que vão acusar o malvado Gringo Tompkins, porque afinal ele quer roubar toda a água da Patagônia, ou vão dizer que isso prova a conexão subterrânea entre os lagos argentinos e chilenos, derrubando o conceito de divisores de águas e dando origem à mais nova crise de limites entre os dois países.

20 junho 2007

Mantras: um homem precisa viajar

19 junho 2007

Amigos

Eu tenho amigos liberais, tenho amigos comunas, mas meu amigo mais exótico, politicamente falando, é malufista. Provavelmente é o único malufista com menos de 50 anos que existe. Não, ele não é taxista.

Presto-lhe esta sincera homenagem:

14 junho 2007

Fazendo turismo no Planalto

Depois do "relaxa e goza" da Marta, temos que ver isto: Presidente da República faz proselitismo com uma eleição picareta de agência de turismo

Por que "eleição picareta"? Tio Riq te explica...E a patriotada otária que curte botar azeitona na empada alheia vai atrás, votando no Cristo Redentor, porque, afinal, Deus é brasileiro.

Mas o que dói mesmo é este trecho:
Lula disse que não vê nada "de bonito na imprensa brasileira" e que só lê notícias negativas nas manchetes.
Talvez a imprensa brasileira devesse ser mais parecida com o Granma, que só dá boas notícias...

13 junho 2007

Justificados medos irracionais

Talvez você confie em um médico fumante...ou em um ginecologista homem. Talvez até em um barbeiro careca...

...mas você confiaria em um barbeiro com mullets?!

Pois é, passei por essa recentemente. Sentei na poltrona, crente que a moça bonitinha que acabava de me lavar o pelo ia aparar-me a escassez que me resta, quando chega um cara de cubanas com as tesouras na mão.

Cubanas = mullets, (falta de) estilo associado por aqui com caminhoneiros, não com duplas sertanejas e argentinos em geral.

Tomei um susto, pensei em correr, mas não sou de contrariar gente com lâminas na mão. Nem ficou ruim, mas evitarei o estabelecimento, pelas dúvidas...

01 junho 2007

Preserveasbucetaspeludas.com.br

O texto abaixo é do Redatoras de Merda, blog recentemente adicionado a meus RSS e aos links ao lado, que me causou algumas contorções abdominais de tanto riso.

Enviei para um grupo de colegas e causou o maior fuzuê multiculturalista. Tendo já "dado uns pega" em alemãs, nórdicas e afins, não posso deixar de manifestar meu apreço pelo esforço das brasileiras ao passar por este bárbaro ritual de tortura.

É grande, então coloco só o primeiro parágrafo, com link para o original - já há cópias sem os devidos créditos rolando por email.

Tortura Moderna


“Tenta sim. Vai ficar lindo.”
Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve. Mas acho que pentelho não pesa tanto assim. Clique aqui para continuar >>

31 maio 2007

Calvinmania

30 maio 2007

Pílulas

Um desejo

Eu queria não ter a necessidade fisiológica de dormir. Dormiria só por prazer, depois do almoço, na rede, sem precisar. Teria toda a noite para fazer o que eu quisesse. Ao fim da vida ganharia mais ou menos minha atual idade em tempo extra.

...assim quem sabe eu teria tempo para fazer de noite tudo aquilo que fico procrastinando durante o dia....

***

Neologismo

Peter Parker syndrome: The belief held by a vigilante or superhero that he or she must sacrifice a relationship (often romantic) with a loved one in order to keep that loved one safe from the perils and/or hardships of involvement in his or her lifestyle; the angst that results from holding and acting on such a belief. Fonte: Langmaker

***

Piada interna

Quero alguém para me aterciopelar...

***

Bate-volta

Voltem sempre!

17 maio 2007

"Fejoada" na ocupação da USP

Eu tive um acesso de riso ao ver o vídeo abaixo, riso nervoso, reação instintiva ao absurdo e incompreensível.



Os ocupantes da reitoria da USP prestam uma homenagem às mães mostrando a faxina que elas fizeram para deixar a ocupação mais confortável. O vídeo foi feito pela "comissão do audiovisual da ocupação". Aparentemente, quem providenciou os ingredientes para a "fejoada" foi a "comissão de alimentação da ocupação". É sério, isso existe, vai lá no blog deles.

Se um reacionário como o Tio Rei tivesse feito o vídeo para desmoralizar a ocupação, não teria sido tão ridículo. Note a figura fantasiada de Che Guevara, presença universal em qualquer faculdade de humanas. Esses caras sempre me pareceram a versão marxista dos nerds fantasiados de cavaleiro jedi nas convenções de Guerra nas Estrelas.

Eu perdi amigos durante as greves de 98 e 2002 na UnB porque dizia abertamente que apoiar greves, ocupações e afins era coisa de idiota se colocando à disposição de sindicato para ser massa de manobra. Escapei de apanhar por causa disso um par de vezes, além de ter perdido oportunidade de dar uns pegas em uma caloura. "Naquela época", pelo menos, o pessoal não se oferecia também ao ridículo, ou o ridículo ficava restrito ao campus, sei lá. Ainda não havia o YouTube, ainda não havia o YouTube...

Estamos à beira do abismo, mas este país ainda vai para frente...

11 maio 2007

O santo "brasileiro"

Estou meio espantado com a cobertura da imprensa da visita do Papa. Não pela tola polêmica com o governo, mas pela canonização de Frei Galvão. Não sou católico (fui batizado, mas nunca confirmei minha fé), provavelmente não deveria dar pitaco na questão, mas não resisto.

Se santos são os grandes exemplos de vida que a Igreja acha que os católicos devem seguir. Se a Igreja é supostamente algo universal, superior a homens e Estados. Se Frei Galvão foi canonizado por ter dedicado sua vida à obra da Igreja e ter sido tão bem sucedido nisso que diversos fiéis julgam terem recebidos graças e milagres pela invocação de seu nome.

Por que diabos a patriotada se apropria disso!?!? Que diferença faz se o homem nasceu em Guaratinguetá!? A patriotada sabe onde fica Guaratinguetá? Ele é mais santo que a Madre Paulina porque ela nasceu na Itália?!?!

Frei Galvão foi canonizado pelo que fez pela Igreja, pelo próximo, sem distinção de nacionalidades. Ou estrangeiros estariam fora da jurisdição dos milagres de Frei Galvão?

Ninguém vira santo pelos bons serviços prestados à nação, isso é coisa de barnabés.

Ao definir sua identidade em função da coletividade, a patriotada tem que se apropriar dos feitos individuais, sempre em nome da coletividade. Lá na minha terra, no porto, isso se chama "gozar com o pau dos outros".

Só falta outro Galvão gritando: Ééééé do Brasil-iu-iu-iu!! Santo, Santo, Santo Antonio de Sant'Anna Galvão!!!

06 maio 2007

GLORIOSO...


...O ALVINEGRO PRAIANO!!!

05 maio 2007

Divagações a partir das estatísticas deste blog

O blog passou a marca das 13.000 visitas desde sua inauguração em 2004, umas 20-25 em média por dia. É pouquinho, dá para ganhar nada com o Google AdSense, mas é bem razoável considerando que é um blog pessoal e que ninguém comenta nada aqui.

Em fevereiro, adicionei ao contador de visitas um código de tracking para saber afinal por que me visitam. A Internet é um bicho estranho, é possível manter anonimato mas não esconder o que você anda fazendo - já se deu conta como os anúncios no seu Gmail estranhamente têm a ver com as últimas páginas que você visitou e com o conteúdo de seus emails? Tudo é monitorado para direcionar anúncios, sugestões de compras, promoções.

Isso significa que em algum lugar há uma máquina que te conhece o suficiente para sugerir seu próximo livro, muitas vezes com razoável grau de acerto. Lembro de um postal do PostSecret que dizia algo bem deprimente na linha de "Amazon.com knows me better than my husband does!".

Se nossa identidade é função de nossas escolhas pessoais, nossa "identidade virtual" é função das páginas que visitamos. Quanto tempo até que todo o conteúdo do que lemos e vemos na internet seja totalmente direcionado, "sob medida" para nossos gostos? O editorial de seu jornal diário poderia ter textos alternativos, dependendo se você visita mais sites "de direita" ou "de esquerda". E não adianta dizer que você não curte fotos de "anões nus bezuntados de mostarda", os cookies e o histórico de seu browser provam o contrário.

Voltando ao tracking deste blog. O código me permite saber, por exemplo, que além da minha mãe eu tenho uma meia dúzia de leitores fiéis (quase todos amigos de BSB, dá para deduzir quem são pelas páginas de onde eles vêm), que ainda não usam RSS e que por isso checam o site com muita freqüência.

É possível saber também que alguns de meus posts mais lidos são Seis graus para Kevin Bacon e O Efeito Borboleta, que muita gente vem parar aqui procurando coisas sobre Tasmânia, Patagônia, Antártica, Shackleton e Amyr Klink, mas que há uma distribuição até razoável entre os termos procurados, Rosanne Holland entre eles.

O mais engraçado desse tracking, no entanto, é descobrir como vêm parar aqui leitores por acaso, pelas pesquisas que fizeram nos mecanismos de busca. Suspeito que o Grande Irmão dá uma ajuda involuntária a meus índices de audiência; desde que fiz a transição para o Blogger Google, o site passou a aparecer mais no Oráculo. Com as improváveis combinações geradas pelas páginas dos posts classificados cronologicamente ou por categorias, então, há pessoas que caem de paraquedas aqui buscando as coisas mais bizarras. Minha favorita entre as últimas buscas é "como é feita a higiene do ornitorrinco". Graças a combinações aleatórias nos diferentes posts do blog, coisas que eu nunca escrevi aqui me trazem leitores, inclusive algumas de conteúdo pornográfico e ilegal.

Agora considerem como cada vez mais somos dependentes da inteligência coletiva do algoritmo do Oráculo. Juntem isso a como o monitoramento da internet define sua "identidade virtual". Taí um pensamento preocupante: o que o algoritmo do Oráculo vai pensar de mim?

03 maio 2007

Memória afetiva é uma desgraça...

1234!

Homem-Aranha, Homem-Aranha
Tanto bate quanto apanha
Com sua teia infernal
Em combate contra o mal

Cuidado, ele é o Homem-Aranha

Homem-Aranha, Homem-Aranha
Ai vem o Homem-Aranha
Ele é forte, é de morte
É ativo e radioativo
Tem balanço, é um avanço
É pra frente, diferente
Eh-ei, ele é o Homem Aranha

Eu não me lembrava dessa última estrofe setentosa...Ativo? Pra frente? Diferente? As coisas que a gente escutava inocentemente na infância...

26 abril 2007

Trilha sonora - edição dupla

(A caminho do show do Jorge Drexler)

Soledad

Soledad,
aqui estan mis credenciales,
vengo llamando a tu puerta
desde hace un tiempo,
creo que pasaremos juntos temporales,
propongo que tu y yo nos vayamos conociendo.

Aquí estoy,
te traigo mis cicatrices,
palabras sobre papel pentagramado,
no te fijes mucho en lo que dicen,
me encontrarás
en cada cosa que he callado.

Ya pasó
ya he dejado que se empañe
la ilusión de que vivir es indoloro.
Que raro que seas tú
quien me acompañe, soledad,
a mi, que nunca supe bien
cómo estar solo.

Sanar

Las lágrimas van al cielo
y vuelven a tus ojos desde el mar
el tiempo se va, se va y no vuelve
y tu corazón va a sanar
va a sanar
va a sanar
(...)
Y volverás a esperanzarte
y luego a desesperar
y cuando menos lo esperes
tu corazón va a sanar

20 abril 2007

Uma breve análise econômica

Semana passada, como talvez tenham acompanhado na imprensa, houve um protesto do sindicato dos caminhoneiros argentino aqui em frente à repartição. Aparentemente a Quilmes pretendia cancelar um contrato de distribuição que deixaria muita gente sem emprego, os caminhoneiros ameaçaram parar, secando os bares da cidade, e vieram protestar aqui na frente da repartição porque supostamete a Quilmes pertence a uma malvada multinacional brasileira, que por sua vez pertence a outra malvada multinacional belga.

Como minha sala é virada para a rua, foi uma manhã de trabalho bem interessante, dava a sensação de estar digitando no meio de uma torcida organizada "sooooooooooy camionero! es un sentimiento, no puede paraaaaaaaarrr!!!!". Há uma interessante e nem sempre lícita relação entre as torcidas organizadas e os movimentos sociais profissionalizados, vulgo piqueteros, aqui. "Que hace tu papá, Juanito?" "Toca bombo en la banda del grémio y en la hinchada". Pergunta relevante: se os ditos "movimentos sociais" alugam profissionais para protestar e levar suas demandas à sociedade e às autoridades, suas manifestações gozam de legitimidade?

Intervenção presidencial, tudo resolvido, não vai faltar brahminha nas esquinas portenhas.

E aí, para comemorar (é, você leu corretamente, para comemorar), o grémio resolve parar a cidade hoje, botou os caminhões na rua em procissão ao estilo trio-elétrico, como se precisasse algo mais do que a chuva para parar o trânsito de BsAs. Ainda bem que eu moro a uma quadra da repartição.

Esse apoio aos movimentos sociais profissionalizados é uma das grandes bases de sustentação do governo K. Há que se dar crédito a um presidente que assumiu, ainda que democraticamente, sem nenhuma legitimidade (graças a uma frustrada manobra suja do opositor no segundo turno) e agora tem índices de aprovação massacrantes. A Argentina recuperou os níveis econômicos de 1998 recentemente e agora, oficialmente, está crescendo além do efeito "quicar no fundo do poço".

O problema é que essa política vem acompanhada de uma intervenção estatal na economia que é quase uma caricatura dos anos 80. Controle de preços "voluntário", com direito a maquiagem dos índices de inflação e pressão de funcionários do baixo escalão para que os estabelecimentos comerciais a serem pesquisados para determinar os índices inflacionários baixem os preços. Don Corleone só oferece proteção se puder dar pitaco no preço da laranja também. (ainda bem que o Ipea não sofre pressão política, né?)

O resultado, é claro, é desabastecimento, mercado negro, etc. Não atingiu ainda Microcentro, Barrio Norte, Recoleta, Palermo, mas déjà vu. Quando se torna insustentável, explode e a batata quente fica para o sucessor.

Ou seja, vai quebrar. Pode demorar um pouco, mas a Argentina voltará ao poço. Provavelmente não até o fundo, como em 2001, mas volta. Não sei quando, talvez nem esteja mais em BsAs, mas volta. O engraçado é que isso é instintivamente aceito pelos locais como normal, cíclico, tão certo como a chegada do Natal - enquanto isso dá-lhe dólar embaixo do colchão!

Talvez então eu compre uma fazendinha na Patagônia e vire ermitão de vez.

17 abril 2007

Momento thoreauniano 2

Estou na malha fina da Receita Federal e pendente junto à Justiça Eleitoral.

Um verdadeiro barnabé-anarquista.

11 abril 2007

Trilha sonora

Dizem que soy loca
Por ter um gosto assim
Gostar de quem não gosta de mim
Jogue suas mãos para o céu e agradeça se acaso tiver
Alguém que você gostaria que
Estivesse sempre com você
Na rua, na chuva, na fazenda, ou numa casinha de sapê...

Não estou disposto
A esquecer seu rosto de vez
E acho que é tão normal

09 abril 2007

Código Tarantino - Tarantino's Mind

Um curta para quem achava, como eu, que Quentin Tarantino era apenas um tarado pelos pés da Uma Thurman.


Dica genial do MP.

29 março 2007

Malvinas

A questão das Malvinas é talvez a maior ferida aberta dos argentinos, por mais que seja quase um consenso que foi uma loucura a ocupação das ilhas pelo regime militar, cujos 25 anos serão recordados por todo país nesta segunda-feira, poucas coisas englobam mais a mentalidade argentina quanto a idéia de que "las Malvinas son argentinas".

De fato, a questão das Malvinas está tão ligada ao ethos argentino que é quase uma unanimidade, é uma das coisas que define o que é ser argentino. É provavelmente mais fácil encontrar um (iluminado) argentino que ache que Pelé é melhor do que Maradona do que localizar um argentino que se refira àquelas pedras no Atlântico Sul como Falklands.

Quanto a isso, recomendo o ótimo Las Guerras por Malvinas, de Federico Lorenz. O ponto deste post é outro, talvez eu volte ao tema Malvinas um dia.

O ponto é que dia 2 de abril é feriado aqui, inamovible (os feriados mais importantes aqui são inamovibles, os demais são puxados para a segunda-feira mais próxima - ótima prática). Este 2 de abril cai em uma segunda. Como bons católicos que são, quinta e sexta da semana que vem também são feriados devido à Páscoa. Somados a apenas dois míseros dias de férias dos 80 aos quais atualmente tenho direito (acreditem), terei uma folga de 8 dias que aproveitarei enchendo a cara de vinho em Mendoza.

Valeu, Galtieri.

E boa sorte aos brasileiros que pretendem viajar na Páscoa...

22 março 2007

Questão de prioridades

Uma dúvida existencial para a qual peço ajuda dos dois ou três leitores deste blog.

Terei férias, se nada impedir, de 18 de agosto a 7 de setembro deste ano, para as quais pretendo usar minhas 40 mil milhas garimpadas por muitos anos no cartão de crédito. Tenho a opção de usar metade delas para viajar na Argentina ou 25 mil em algum dos "países limítrofes", inclusive Brasil, ou torrar todas as 40 mil de uma vez indo para qualquer ponto operado pela American Airlines, inclusive Alasca e Havaí.

Tinha pensado em fazer uma "diving trip" este ano....México?

Veleiro charter no Caribe? Hotel-putaria na Jamaica?

Road-trip pela Califórnia?

Dizem que NYC é legal em agosto (já é baixa temporada quando vou)....

Ou seria o caso de fazer algo mais "étnico" pela América do Sul....?

Ajudem, por favor. Desta vez não faço a menor idéia para onde ir.

PS: Lúcia, você deve ter dicas interessantes....

PS2: Manhê, não adianta sugerir que eu visite a família durante meu aniversário...

09 março 2007

Podem preparar o recheio da empanada que eu tô voltando

Passou muito rápido, no sábado em parto do Cerrado de volta ao Prata. Engraçada essa vida nômade, depois de um mês e meio em BSB eu já me sentia re integrado, quase como se nunca tivesse partido.

E isso - como nômades se adaptam fácil a suas novas paragens - na verdade me pareceu um tanto assustador. Acordei suando frio algumas noites, pensando que BsAs havia sido um sonho, que na verdade quem esteve lá em BsAs esse tempo todo, na minha casa, vivendo a vida que eu pensava ser minha, era outro colega, o Ciço (que, na verdade verdadeira, foi passar uma temporada em BsAs, ficou hospedado na minha casa e me deixou com o carro dele aqui). Mas o Ciço voltou, eu devolvi o carro para ele e domingo em embarco com o Gordo de volta.

Mas antes de ir eu gostaria de me despedir com uma noite bacana de cerveja e balada nesta sexta, dia 9. Como o bom filho a casa entorna, a cerveja não poderia ser consumida em outro lugar que não o Bar Brasília.

É, eu sei, eu sou meio repetitivo e previsível nesse aspecto, conservador e purista. Mas é o único lugar que eu ainda posso chamar de casa em Brasília.

Para evitar o coro de reclamações pela demora em conseguir mesa, consegui com o gerente, em caráter excepcional, uma reserva até as 19h00, uma mesa cujos domínios poderão ser expandidos ao longo da noite. Então, a partir desse horário eu estarei lá, tomando chopp, e adoraria ter a companhia dos amigos.

Posteriormente, as hordas sobreviventes do Bar Brasília encontrarão, a partir das 23h00, as divisões avançadas das celebrações do aniversário da Isabela, no Orange (QI 11, Gilbertinho, 10 réau), em noite "revival" com som de Montana & Cia. Mais detalhes aqui.

Espalhem a notícia.

Falando em "revival", eu conheci o Orange quando ainda este era ainda o Zero Bar, já se vão 9 anos, em minha primeira balada em Brasília. Taí outra razão boa para celebrar além de meu retorno: 9 anos de Brasília.

Ps 10/03: Derrubamos o pingüim no Bar Brasília!!!
Ps2: Já bateu um banzo...vou sentir saudades do povo do cerrado...

07 março 2007

De minhas origens 5: Meu primeiro salário

Em determinado momento da minha adolescência, determinado a ser diferente dos meus colegas de colégio (os mesmos colegas cuja aprovação eu buscava tanto...babaca que sou), resolvi aproveitar as férias escolares para fazer algo completamente inusitado para um rapaz de classe média brasileira: arrumei um emprego.

Meu velho consultou uns amigos e lá fui eu ser office boy em um escritório de despachantes aduaneiros por um mês. A situação era um tanto particular, já que há todo um sindicato de boys (ou pelo menos havia) com reserva de mercado no Porto, então eu era visto como um bicho meio estranho por lá, trabalhando, sem precisar, enquanto poderia estar indo para a praia.

A existência de despachantes é sinal de que há algo errado. Se houver ampla aceitação de sua existência, então, é prova cabal de insanidade sistêmica. Uma pessoa contratada para agir nos meandros da burocracia, um funcionário especializado só nisso, em recolher documentos, taxas, assinaturas e levar ao locais certos. É a reação do mercado ao paquidermismo do Estado. E é também a terceirização da corrupção: o Estado cria dificuldades, o Barnabé vende facilidades e o despachante é o intermediário que possibilita que a iniciativa privada atue.

Ou talvez eu que seja liberal demais e não veja a função social disso tudo, algum tipo de keynesianismo no estilo cavar buracos de dia para mandar tapar de noite, uma verdadeira política de pleno emprego, uma máquina que sustenta a economia da cidade.

Recordo que naquele mês em particular havia sido exposto um esquema de corrupção que dificultou a vida dos despachantes, que passaram a ter que trabalhar com mais cuidado, pelo menos até o assunto sair da mídia. O despachante-mor passava pela sala louco de raiva pelos atrasos causados por essa dificuldade adicional, e as conseqüentes perdas para seu bolso, babando argumentos a favor da banalização dos subornos e de sua validade como norma consetudinária na profissão. Até a máfia tem suas regras.

Ainda bem que eu ficava bem longe disso tudo, passava o dia todo na rua, recolhendo documentos, reconhecendo firmas...minha maior realização foi ter segurado um navio com peças para a Ford por todo um fim de semana porque errei em uma conversão de câmbio e o guichê fechou antes de poder corrigir o erro no fim de uma sexta-feira. Imagina como a chefia ficou contente.

Olhando em retrospectiva, foi uma época bacana. Eu nunca conheci o centro de Santos tão bem como naquela época, hoje já esqueci os nomes das ruas e os nomes das pessoas com quem trabalhei. Talvez tenha contribuido, conscientemente ou não, para minha prematura decisão de ir embora: vivenciei um pouco o dia a dia da espinha dorsal da cidade e vi que não poderia fazer minha vida em Santos.

Foi uma boa dose de realidade, recomendo a experiência para pais ciosos da formação do caráter de seus filhos.

Mas toda essa digressão é só para contar o que me disse meu primeiro chefe ao pagar meu primeiro salário. Uma frase que talvez resuma o valor do dinheiro, altíssima filosofia. Eu nem esperava receber nada, ninguém havia falado de salário até então, saí feliz da vida com um pouco menos do que um salário mínimo no bolso, em notas de dez. O chefe contou meticulosamente, contou de novo, eu contei junto para verificar, ele fez um rolinho, prendeu com uma liguinha de escritório, me estendeu o dinheiro e, antes de largar sua ponta do rolinho, me disse palavras que nunca esquecerei, uma frase que me vem à mente toda vez que vejo meu contracheque:


Hoje, não tem puta triste!


06 março 2007

COOOOOOOOooooooooollllllll

27 fevereiro 2007

Você sabe que há algo muito errado na sua vida....

...quando acorda cedo sem despertador e chega à repartição menos de 12 horas depois de ter saído do trabalho...

14 fevereiro 2007

Nada está tão mal....

...que não possa piorar. Meu novo passatempo é ler notícias da Venezuela. Sei lá, me dá uma sensação de que o Brasil é um país bacana, democrático.

Quando alguém começa a perseguir comediantes, é sinal escancarado de ditadura. Imaginem o Laerte, Glauco e o Angeli pagando 18 mil doletas a cada vez que dessem uma esculhambada no Lula ou no FHC...

O quê?! Há risco de terceiro mandato dobrando a esquina??Bom, então não deveria tirar sarro ao olhar para a Venezuela... Vai que estamos olhando para o futuro e não para o passado?


PS: Me adiantei em algumas horas ao Tio Rei....

12 fevereiro 2007

Inveja saudável

Alguém disse aí que a inveja é o maior dos elogios. No momento tenho inveja de Bruce Chatwin, viajante profissional e escritor - muito antes de viajantes profissionais terem uma prateleira só para eles na livraria do shopping. Estou lendo seu In Patagonia, de 1977, cujo efeito colateral é uma vontade louca de voltar para o lejano sur, vagabundear kerouacnamente pela Ruta 40.

E eu aqui tranquilo e satisfeito com este blog, um blog de viagens e relatos de viagens (é bem verdade que tão intercalados com outras bobagens que virou um blog de bobagens), quando pego esse livro....

Me deu aquela inveja saudável, desejo de emulação, mas também uma sensação de insignificância, de que não há muito mais que inventar em matéria de relatos de viagem. Chatwin é definição do que é um bom autor de livros de viagens: vai muito além de descrições de lugares, é também uma jornada pessoal do autor e acaba por influenciar a relação do leitor com os destinos visitados (uma resenha bacana da obra dele aqui). São esses elementos, na minha opinião, que tornam os livros de Amyr Klink muito bons (em especial os primeiros dois, ainda não li o último), enquanto os livros dos Schurmann são apenas medíocres.

In Patagonia não só relata a viagem de Chatwin, ele relata também a sua viagem pela Patagônia hoje. Tudo que você vai ver está lá no livro: as paisagens, os lugares, os personagens, os momentos históricos, até os fósseis. Todo site e publicação turística sobre o sul da Argentina que caíram em minhas mãos parecem ter plagiado Chatwin.

Alguns viajantes são famosos por terem marcado definitivamente o imaginário coletivo sobre determinados lugares, ou seja, ajudaram a criar os rótulos que seriam para sempre associados a esses lugares. Marco Polo e o Oriente, Vespúcio e a América, Humbolt e os Trópicos, Cook e a Polinésia. Guardando algumas proporções, Chatwin fez o mesmo na Patagônia.

Vai lá na livraria do shopping, acho que vi uma edição em português.

10 fevereiro 2007

Liquidação

Começou a liquidação anual do maior mercado de consciência limpa deste país...vamos lá, todos fazendo a sua parte...

09 fevereiro 2007

Do papel de inimigos

Eu fico impressionado como há gente que tem necessidade de ver as relações internacionais apenas como um jogo de soma zero. Bando de viúvas da Guerra Fria, precisam justificar suas ações em função da existência de um inimigo...Há dias a imprensa vem batendo o bumbo sobre uma tal parceria estratégica dos EUA com o Brasil no âmbito dos biocombustíveis para conter Chávez.

Claro que "alternativa ao petróleo" é igual a "enfraquecimento de Chávez" que é igual a "Tio Bush fica feliz". Mas há vários milhõe$ de razões para justificar, em termos absolutos, as vantagens, tanto para Brasil como Estados Unidos, de uma cooperação em biocombustíveis. Se somarmos os benefícios ambientais, então, há muito mais. Por que diabos as pessoas insistem em ver nisso uma manobra para confrontar Chávez?? Quisera Chávez ter essa importância toda... Ou talvez seja o pessoal da Carta Comunal que desejaria que Chávez tivesse essa importância toda. On marche et on merde sobre o que Chávez pensa do etanol.

O mesmo ocorre com os que dizem que a integração sul-americana é anti-americana, para fazer o gancho com outro tema aqui da repartição na pauta jornalística. Igualmente babaca é afirmar que a integração é uma forma de resistência ao "império". Seja qual for o viés, essas afirmações são equivalentes a menosprezar a importância de nossos vizinhos, como se não houvesse benefícios concretos suficientes para justificar a integração perante a sociedade. É como se nossas ações não tivessem uma razão de ser em si mesmas.

Que não me venham dizer que esse é um velho dilema das relações internacionais, ganhos absolutos versus ganhos relativos, blablabla. Nosso complexo de inferioridade é assim tão grande que precisamos basear nossa identidade em função de oposições simplistas?

Pensando bem, é uma visão bastante confortável.... Se meus atos são justificados pela oposição a um suposto inimigo, meu inimigo é responsável por meus atos, não eu. Se não posso ser responsabilizado, posso dizer e fazer a bobagem que quiser, porque no fim das contas todo o mal será culpa de meu inimigo. É confortável e ainda tem o bônus de deixar minha consciência completamente limpa - mas em total servidão.

07 fevereiro 2007

We are the web

Adorei o vídeo abaixo (via OMEdI), muito bacana, mostra como alguns conceitos dominantes hoje terão/têm que ser repensados, principalmente questões como autoria e originalidade, sob a luz das novas tecnologias.

E me recorda com pesar que no meu trabalho, que em boa parte se resume a analisar, editar e produzir informações, ainda mal usamos e-mail....



04 fevereiro 2007

Reinauguração

Este blog anda bem pouco aproveitado ultimamente...passei dos 11.000 hits e nem me dei conta. Deixei de postar por um bom tempo, mas estou resolvido a não matar este espaço, a manter o blog funcionando, ainda que de forma pouco regular, e seguir dividindo minhas andanças com quem está longe.

Aproveitei então esta tarde ociosa sem acesso à TV e, tendo como desculpa a obrigatória migração do Blogger para o Google, reformulei o template, refiz as categorias (finalmente o Blogger tem categorias!!), apaguei alguns posts que não me faziam mais sentido...serviu para recordar muita coisa boa e reativar a idéia de dividí-las por este meio eletrônico.

De certa forma, minha ausência da blogosfera pode ser interpretada como um bom sinal, de que minha presença no mundo real vem sendo requisitada...

Terminadas as aulas no Isen, passei a me sentir útil trabalhando em período integral. Não me entendam mal, não é que a experiência no Isen tenha sido negativa, longe disso. Só estava cansado de ser aluno. Não cansado de estudar, cansado de ser aluno - de ficar o dia inteiro em uma sala de aula fingindo estar prestando atenção. Depois de tantos anos de preparação acadêmica, finalmente estou devolvendo alguma coisa para a sociedade, fazendo algo e não só sendo bombardeado com informação....

(De tantos estudos, só uma certeza: o que se aprende, se aprende apesar da escola, não por causa dela...não importa o número de provas que se faça, só fica na cabeça o que se gosta e o que se usa....)

E andei viajando bastante também. Apesar de ter tudo anotadinho em meu caderno de viagens, ficarei devendo os prometidos posts sobre a Patagônia - passem no meu Flickr, há fotos incríveis lá. Basta dizer que é dos lugares mais lindos que tenho notícia e que pretendo voltar.

Pelo próximo mês estarei no cerrado, chamado a serviço. A gente se cruza.