26 abril 2006

Millonários 3 x 2 Marginal

Aquele imbecil do Galvão Bueno repete sempre aquele clichê horrível "O [insira aqui qualquer time] é o Brasil na Libertadores!!!", uma das maiores bobagens que já ouvi. Torço pelo meu time, quero mais que os times dos outros se ferrem na Libertadores. Fiel a esse espírito, fui hoje à cancha para torcer pelos millonários (pronuncia-se mijonários).

Como foi o jogo você verá no Globo Esporte. O Curíntia não fez nada, na única vez que encostou na bola no primeiro tempo, Tévez achou um espacinho para o gol. O River virou com dois golaços, um deles de bicicleta, ampliou no segundo com um gol chorado, mas o timinho da marginal conseguiu ainda diminuir a vantagem nos descontos, o que pode complicar para o River no jogo de volta.

E lá estava eu no Monumental (que não é tão grande quanto o nome dá a entender. Melhor, dá para ver sem binóculo), hinchando com los mijos, incrementando consideravelmente meu vocabulário "Amarillo hijo de puta, la concha de tu hermana, boluda!". Xingar o Tévez (que era do Boca, bostero) na língua da mãe dele é muito mais legal.

Fazia tempão que não me divertia tanto em um estádio. Não é assim tão diferente de ir a um estádio no Brasil, empurra-empurra, cheiro de mijo, palavrões, gritos...aquela sensação de coletividade que só pode ser gerada por uma bola na trave seguida de milhares de pessoas fazendo "Uhhhh..." juntas. Mas, sinceridade, houve algo mais. Talvez por ser santista, a torcida que consegue vaiar o time uma semana depois de ser campeão paulista, tenho a impressão que o amor pelo futebol na Argentina é mais incondicional. Não exigem tanto dos objetos de sua afeição como nós, eternos insatisfeitos com a melhor seleção do mundo. Apóiam realmente onde e como estiver o time, não param de cantar um só segundo...River ponga huevos, entre outras cantorias. Só não acompanhei os hinos que faziam referências pouco elogiosas à minha nacionalidade ...esa noche los vamos a coger todos los putos brasileros - ainda bem que só os putos, que estavam vestidos de negro do outro lado do estádio.

UPDATE 05/05: Não vi o jogo de volta, só li a respeito e ouvi os comentários por aqui, mas adorei saber que o timinho vai continuar sendo uma equipe sem passaporte, apesar do papelão da torcida...insatisfeitos em ver o time da marginal tomar uma sova em campo, foram tomar um pau da PM. Talvez por solidariedade, sei lá.

Genial

Outra da série "Idéias que eu queria ter tido". Me mijei de rir.

11 abril 2006

Fenômenos da Internet III

De link em link, via OMEdI, blog recém incluído em minhas leituras diárias, cheguei a esses sites excelentes sobre as grandes preocupações da mente masculina, mulher e futebol:

Solidariedade masculina

Da série "por que eu não tive essa idéia antes??": como convencer sua namorada a fazer um ménage à trois com a ajuda de 2 milhões de pessoas. O cara definitivamente é um Steve.

Joga Bonito

Ano de Copa do Mundo na Argentina será certamente uma experiência interessante...e olhando o vídeo do Ronaldinho, tenho até vontade de sair me ufanando por aí, independente disso.

Chicks with guns

Ah, as maravilhas geradas pelo fim da União Soviética...não sei o que é mais impressionante, como o vídeo consegue ser tão estereotipado e primário, mas ainda assim deliciosamente apelativo, ou a bunda da Masha.


Novo filme candango

declarei aqui meu amor por Brasília e meu interesse em como filmes retratam a cidade (ah...Rosanne Holland...que puxa!). A ver se este thriller político de Nelson Pereira dos Santos é algo da nova safra ou se escorrega em vícios antigos do cinema nacional - o trailer me deixou meio desconfiado. Encontro dois motivos para ver o filme, de qualquer forma:

1) o nome é genial: se Rio é 40 graus, Brasília é 18%.

2) já pagamos pelo ingresso mesmo, via empresas estatais.

09 abril 2006

Glorioso, o alvinegro praiano...

E não é que o Santos foi campeão....? Eita, 2006 bom...

08 abril 2006

Supermercado: mau humor e descrença financeira

Eu detesto supermercado, detesto fazer compras. Quando eu era criança e ir ao supermercado significava uma visita à seção de brinquedos enquanto meus velhos se esforçavam para montar um estoque que durasse até o próximo salário, comido minuto a minuto pela inflação, eu até gostava, com um pouco de manha dava para sair de lá com um brinquedo novo.

Hoje supermercado é sinônimo de muvuca, gente se trombando, filas e mais filas, velhinhos pagando suas contas com tickets alimentação, cupons de desconto e moedinhas, crianças pentelhas chorando porque querem um brinquedo novo...insuportável.

Não bastasse isso, me dei conta enquanto escolhia uma manteiga hoje que é muito mais difícil fazer compras no exterior. Já vivi fora, mas era pós-aborrecente, sempre morei na casa de alguém que se encarregava de materializar as coisas na geladeira. Minha ojeriza a supermercados fica aqui potencializada porque não tenho a mais puta idéia de quais produtos são melhores, perdi as referências de marcas e preços que tinha - qual manteiga aqui equivale à Aviação?

E isso em uma língua deveras parecida ao português, imagino a pedra de roseta que seria necessária para missão semelhante em terras mais exóticas. Mesmo os abundantes produtos do imperialismo brasileiro são levemente diferentes, não sei como depois de tantos anos vou me acostumar a escovar os dentes sem minha pasta Colgate com Bicarbonato.

É o jeito. Ou aturar isso ou viver de empanadas e bifes de chorizo. Se bem que não seria tão mal...

Um comentário paralelo para o pequeno estudante de economia que existe em você. Nesta minha ida ao supermercado tive uma demonstração interessante da falta de credibilidade dos argentinos no sistema financeiro. Depois de tantas crises, especialmente a da desvalorização de 2001, os boludos preferem colocar o dinheiro sob o colchão do que em algum banco.

O supermercado (que, necessário dizer, não fica em uma zona turística ou diplomática) aceita pagamentos em dólares e euros, na boca do caixa, sem burocracia, a uma taxa muito camarada, melhor até que a maioria das casas de câmbio. Agora, para pagar com meu cartão de crédito, foi um fuzuê, queriam documentos, o diabo a quatro.

Isso é tópico para o Freakonomics ou o De Gustibus, o empresário argentino prefere arcar com custos de transação de uma moeda estrangeira e correr o risco de receber notas falsas a ser pago por meio de uma transação eletrônica, em tese mais segura e, suponho, com custos de transação mais ou menos equivalentes. E encontra plena aceitação do consumidor.

A representação contábil de sua vida material, ie. tudo que você leva na carteira, depende que outra pessoa acredite que vale o quanto você diz que vale. Em última instância, cartões de plástico e dinheiro têm o mesmo valor de um pedaço de papel de embrulhar pão escrito "Vale...". Não se chama "crédito" à toa. É uma obviedade, mas não deixa de ser assustador verificar que todo o sistema capitalista se baseia na confiança entre seres humanos, essa gente de pouca confiança.

07 abril 2006

A volta do Liberal

Em homenagem à volta do Barnabé, farei eco a seu último post.

A Varig vai quebrar. Correção, a Varig está quebrada faz muito tempo, mas parece que desta vez vai para o buraco mesmo. Ou isso ou o escarcéu que estão fazendo dará origem a algum plano milagroso do governo.

E tem safado que advoga que a sociedade deve pagar o pato para salvar uma empresa que, conforme o mesmo safado publicou, gasta R$ 6 milhões por ano com caviar enquanto não consegue pagar funcionários. Esse jabaculento, que deve ter ganho algumas passagens para Paris para escrever na Ícaro, acha que a sociedade deve recompensar esse tipo de gerenciamento. Não com meu rico dinheirinho retido na malha fina da Receita para agregar ao superávit primário!!!!

Desde que minhas milhas ainda possam ser utilizadas em outras companhias da Star Alliance, que quebre. Mais, que abram o mercado às empresas internacionais para que quebre mais rápido, assim eu uso minhas milhas para ir para Brasília de SAS. Só por via das dúvidas, viajo na Páscoa de TAM.

PS 8/4: Quem mais entende de viagem no Brasil concorda que temos mais que abrir o mercado e deixar a Varig morrer...

01 abril 2006

Inauguração

Que fique aqui registrado que a Pensão "Che, Felipe!" está em operação e que foi devidamente inaugurada ontem, tendo sempre em mente a integração regional, com uma festinha muito bacana. O apartamento está em local privilegiado para aqueles que visitam BsAs a trabalho e conta com cozinha completa, sofá cama a disposição dos hóspedes, além de farto suprimento de pratos e talheres descartáveis.

Interessados em pouso em terras porteñas sabem como contatar a pensão. Aceita-se pagamento em cerveja.

Una larga noche II

Este comentário na página da ONG Contas Abertas e seus links externos para páginas das Forças Armadas louvando o 31 de março de 1964(aqui, aqui e aqui) só reforçam o ponto de meu post anterior, que a sociedade brasileira ainda não acertou suas contas com o que aconteceu em 1964 e que a atual abordagem de evitar o confronto entre as diferentes visões desse fato histórico é algo que precisa ser revista.

Me lembra também um post de meu antigo blog: "A Revolução foi no 31 de março de 64...o Golpe foi no 1o de abril."