29 março 2008

Falta de sincronia

Tudo isso rolando na Argentina e eu aqui no Cerrado brincando de volta às aulas...

24 março 2008

Trilha sonora: Dançando cumbia no cerrado

Cumbiera Intelectual En mi cabeza
Kevin Johansen

La conocí en una bailanta todo apretado
Nos tropezamos pero fui yo el que se puso colorado
Era distinta y diferente su meneada
Y un destello inteligente había en su mirada...

Estudiaba una carrera poco conocida
Algo con ver con letra y filosofía
Era linda y hechizera su contoneada
Y sus ojos de lince me atravesaban

En mi cabeza, en mi cabeza, en mi cabeza, vas dando vueltas…

No sé por qué ella no quiere salir
parece que le gusta estar aquí,
por más que intento que salga a pasear,
aquí dentro se quiere quedar, parece…

Y sigue y sigue comiéndome el coco,
me dijo que la llave se la tragó.
Dice que se va a quedar por siempre
en mi cabeza y en mi corazón.

Si le decía “Vamos al cine, rica”
Me decía “Veamos una de Kusturica”
Si le decía “Vamos a oler las flores”
Me hablaba de Virginia Wolf y sus amores
Me hizo mucho mal la cumbiera intelectual
No la puedo olvidar... a esa cumbiera intelectual...

Te gusta, te gusta estar en mi cabeza
Ay, mi negra, qué patitiesa
Cómo te gusta molestarme,
Cómo me gusta, ay! quejarme:
¿Por qué no, por qué no, por qué no te vas?
¿De una vez, de una buena vez?
¿Será porque te gusta, será porque te gusta?
¿Será que te gusta estar adentro mío?

Me hizo mucho mal la cumbiera intelectual
No la puedo olvidar... a esa cumbiera intelectual

En mi cabeza, en mi cabeza, en mi cabeza, vas dando vueltas…

12 março 2008

Perguntas que não querem calar

Envolvido em escândalo de prostituição, governador de Nova York renuncia.

O Governador de Nova York e, obviamente, ricaço Eliot Spitzer renunciou hoje em conseqüência de um escândalo que colocou seu nome na lista de clientes de uma rede de prostituição de alto nível. O caso ganhou enorme repercussão nos EUA, particularmente após a divulgação de que uma das moças que prestou serviços ao governador, a bela e refinada Kristen, cobrou US$ 4.500,00 (não é erro de digitação, é quatromilequinhentosdólares mesmo) por um romântico fim de semana.

Perguntas que não saem de minha cabeça:

1- Que mulher vale US$ 4.500,00 por um fim de semana?

2- O que é possível fazer com uma mulher que vale US$ 4.500,00 em um fim de semana que seja mais divertido do que é possível fazer com 5 mulheres em uma noite a US$ 900,00 cada?

3- E, supondo que o dinheiro não teve origem no erário, por que é que esse cara perdeu o mandato mesmo?!?!

11 março 2008

Torce e retorce

Eu poderia assinar embaixo de tudo que o Tio Riq, o cara que mais entende de viagem no Brasil, disse sobre esse patético episódio dos barrados nos aeroportos de Madri e Salvador (barrados, não "deportados": você precisa estar dentro do país para ser deportado). Mas iria ainda além: o tiro não é só no pé da indústria turística brasileira, é também no pé dos brasileiros que viajam para a Europa. Houve quem dissesse que isso é uma questão de "respeito" e de "orgulho nacional": não sei que diabo de solução é essa em que todos saem perdendo.

Explico: ao retaliar aplicando a "reciprocidade" (tecnicamente, não se trata de "reciprocidade", mas de "retorção": aplicação de uma medida formalmente legal para retaliar outra equivalente, vulgo "operação padrão" - como também era o caso das digitais norte-americanas) cria-se a ilusão de que as autoridades brasileiras estão lidando com a questão, quando não chegam a arranhar o problema de fato: o "tratamento Guantánamo" recebido por cidadãos brasileiros em Barajas, Lisboa e Heathrow. Viajantes cuja entrada foi negada na europa, muitas vezes arbitrariamente, são mantidos incomunicáveis, em condições precárias, sem atenção médica adequada, sujeitos a abusos de autoridade por dias até que haja alguma vaga em vôos para retorno. A retaliação simplesmente justifica esses abusos, mas limpa a consciência de quem deveria estar trabalhando para acabar com eles.

O tratamento que foi dado à questão na imprensa brasileira é ridiculamente preconceituoso, tanto quanto o preconceituoso agente de aeroporto espanhol: o problema existe há anos, é bem mais grave do que o publicado, mas ganhou repercussão porque gente "de bem" foi barrada. Salvo exceções, a mensagem geral dos jornais foi: como os espanhóis se atrevem comparar esses meninos a caminho de um congresso de estudantes universitários com a ralé que tenta migrar para o exterior?

O artigo da Barbara Gancia (em 29/02/2008, link para assinantes) foi a expressão máxima disso, uma das maiores demonstrações de preconceito que já vi contra a comunidade de brasileiros no exterior, me deu verguenza ajena:

"Qualquer um que já tenha viajado à Europa sabe do que brasileiros são capazes quando estão no exterior. Travestis tapuias se prostituem por dois tostões na Itália e na França. Em Portugal e na Espanha, somos conhecidos como traficantes de drogas e, na Alemanha e na Suíça, as brasucas são tidas como prostitutas de luxo."
A autora admite estar fazendo uma "generalização grosseira", mas acha que ela e "o brasileiro que vai para trabalhar, estudar ou gastar seu suado dinheirinho de férias" não merecem ter o mesmo tratamento dado a brasileiros que fazem má fama "tapuia" na Europa. Quem é que merece ficar dias incomunicável à disposição de uma autoridade policial? Quem é que merece ter seu direito de ir e vir violado sem acusação formal?

Parece a cena do filme "Tropa de Elite" em que um rapaz tenta escapar dos safanões do Capitão Nascimento ao invocar sua condição de estudante. Barbara Gancia, a senhora é moleque. Moleque por fazer uma generalização grosseira dessas sabendo que é bobagem. Traficantes de drogas vão em cana quando são pegos em aeroportos - e mesmo eles têm direito a um telefonema ao ir em cana, o que muitas vezes é negado aos viajantes barrados em Barajas. Prostitutas merecem o mesmo tratamento não preconceituoso dado a colunistas. Seu artigo diz basicamente que o preconceito do agente do aeroporto não pode ser contra os brasileiros em geral, tem que ser um pouquinho mais seletivo...

O problema não são as férias arruinadas dos brasileiros barrados, a Espanha tem todo direito de barrar quem quiser, com o argumento ridículo que for - como também têm essa prerrogativa os agentes da PF de Salvador. A questão é como são tratados esses cidadãos barrados no "limbo" do aeroporto, sejam eles prostitutas ou estudantes universitários.

Graças a esse infantil exercício ufanista de virilidade que resolveram chamar erroneamente de "reciprocidade", não se avançará um milímetro no problema real: o fato de viajantes barrados serem mantidos incomunicáveis, em condições precárias. Guardadas as devidas proporções, é o equivalente a ser levado pela polícia sem acusação formal. E agora o governo deu a desculpa derradeira para que isso continue a ocorrer: é "reciprocidade".

Nesse sentido, talvez a exigência recíproca de vistos (aí sim é "reciprocidade") seja o mal menor, evitaria desgastes desnecessários ao dificultar antes da partida a entrada de potenciais barrados na Europa. Vale lembrar que visto é apenas "expectativa de direito" e que mesmo com visto o viajante ainda pode ser barrado. De forma semelhante, o México nos fez um favorzão ao passar a exigir vistos a brasileiros: reduziu o número de brasileiros mortos ao tentar atrevessar o deserto para os EUA.

Disclaimer: não precisaria dizer, mas precisa. As opiniões acima são de caráter estritamente pessoal, não comprometem meus empregadores

06 março 2008

Enquete: a solução latino-americana para o conflito andino

Via Unos cuantos piquetitos: Qual seria a "solução latino-americana" para o conflito andino?

a) Onze pra cada lado e resolve com uma pelada;
b) Um presidente enche a cara e ocupa as primeiras ilhas que ver pela frente;
c) Emburrecer equatorianos e venezuelanos até que não sejam mais capazes de entender um mapa;
d) Dar uma encolhida nos índices de inflação e nos marcos de fronteira
e) Colômbia e Equador organizam um carnaval, todo mundo peladão, e esquece tudo que aconteceu com muita cachaça.

The Vasectomy Chronicles

The Vasectomy Chronicles: um dia eu tomo coragem...