30 julho 2005

Amyr Klink em Brasília


Amyr Klink esteve em BSB na última terça-feira, para promover o DVD Mar sem fim, no projeto Sempre um papo do Centro Cultural da Caixa. Segundo os organizadores, uma centena de pessoas ainda ficou do lado de fora do auditório, com 400 lugares. Como não poderia deixar de ser, estava lá para tietar. Matei aula no curso de extensão, cheguei cedo para guardar lugar, agüentei uma longa fila para pegar autógrafo, cumprimentei, tirei foto. Pacote completo.

Não foi a primeira vez que vi uma palestra de Klink, mas eu ainda acho estranho estar em sua presença. Já se vão 20 anos desde que roubei o Cem dias entre Céu e Mar do meu avô, mas Klink continua sendo meu herói, meu herói da infância: imagine-se na presença de Batman ou Homem-Aranha, atribua-lhes características humanas...um andar diferente, passadas que aparentam ser forçosamente largas, o rosto de quem parece não ter dormido bem, uma risada espontânea....você compreenderá meu estranhamento.

Ao fazer uma pergunta, manifestei minha alegria por estar diante do meu herói de infância. O auditório começou a rir. Uma pessoa de terno e gravata, aparentando uns 30 anos (sou mais novo que isso), dizendo que você é o herói da infância dele....bom, isso é atestado de velhice. Perguntei algo que me indagava há tempos, se a travessia do Atlântico sul a remo foi um deliberado passo no sentido de construir um nome, o que possibilitaria seus projetos polares, de mais difícil execução.

A resposta renovou minha fé na pureza desse homem: disse que não, sua dedicação à travessia a remo foi integral, projetos dessa envergadura não podem ser concretizados como estratégia de marketing. Ao contrário dos muitos que hoje parecem viajar, explorar e escrever apenas para cumprir obrigações contratuais com patrocinadores, Klink continua contaminado com o vírus da viagem, obcecado. Sua viagem é projetar barcos e planejar viagens – qualquer viagem.

Conhecidos meus não gostaram da palestra. Klink falou mais sobre construção de barcos, com longas digressões ambientalistas, do que sobre seus projetos. Eu adorei. Mas sou suspeito para falar, todos sabem que eu teria gostado de qualquer jeito, Klink poderia declamar poesia concretista e eu ainda acharia bacana.

In the presence of greatness.

29 julho 2005

Mudanças

As três leitoras assíduas desse blog (minha mãe, minha namorada e uma Malla que vive na Coréia) vão notar o novo template. O objetivo é marcar uma certa mudança editorial na Crônica do Explorador deitado na rede, ao invés de ocasionalmente postar um longo artigo sobre Viagens & Exploradores, resolvi abrir espaço para alguns comentários e inserções mais pessoais, tornar menos específica a temática.

Penso que assim será mais fácil alimentar o blog com mais freqüência e evitar que caia no esquecimento, como seus antecessores. Tenho que parar de usar meu trabalho como motivo para não postar, não é todo mês que acontecem atentados a bomba em regiões habitadas por milhares de brasileiros, eu vou ficar sem desculpas.

Gentileza gera gentileza, vocês notarão também novos blogs à esquerda. Quanto aos links para livrarias, um pequeno disclaimer: não é jabá, mas se você chegou até este blog por vias tortas, provavelmente há livros ali que vão interessar.