11 maio 2007

O santo "brasileiro"

Estou meio espantado com a cobertura da imprensa da visita do Papa. Não pela tola polêmica com o governo, mas pela canonização de Frei Galvão. Não sou católico (fui batizado, mas nunca confirmei minha fé), provavelmente não deveria dar pitaco na questão, mas não resisto.

Se santos são os grandes exemplos de vida que a Igreja acha que os católicos devem seguir. Se a Igreja é supostamente algo universal, superior a homens e Estados. Se Frei Galvão foi canonizado por ter dedicado sua vida à obra da Igreja e ter sido tão bem sucedido nisso que diversos fiéis julgam terem recebidos graças e milagres pela invocação de seu nome.

Por que diabos a patriotada se apropria disso!?!? Que diferença faz se o homem nasceu em Guaratinguetá!? A patriotada sabe onde fica Guaratinguetá? Ele é mais santo que a Madre Paulina porque ela nasceu na Itália?!?!

Frei Galvão foi canonizado pelo que fez pela Igreja, pelo próximo, sem distinção de nacionalidades. Ou estrangeiros estariam fora da jurisdição dos milagres de Frei Galvão?

Ninguém vira santo pelos bons serviços prestados à nação, isso é coisa de barnabés.

Ao definir sua identidade em função da coletividade, a patriotada tem que se apropriar dos feitos individuais, sempre em nome da coletividade. Lá na minha terra, no porto, isso se chama "gozar com o pau dos outros".

Só falta outro Galvão gritando: Ééééé do Brasil-iu-iu-iu!! Santo, Santo, Santo Antonio de Sant'Anna Galvão!!!

1 comentaram:

renato disse...

Deixa de ser inocente, fio. A criação de santos não só tem a ver com nacionalidades, como também com política. Por que há tantos santos vietnamitas? Haja fazer bem pra Igreja...

No mais, tudo bem? Tô te dando um "break", não apareci mais e tô mandando Bela, Nicola e Rodrigo no meu lugar, mas ainda apareço por aí. Dias 30/31, pra ser mais exato. Abraços!