27 fevereiro 2007

Você sabe que há algo muito errado na sua vida....

...quando acorda cedo sem despertador e chega à repartição menos de 12 horas depois de ter saído do trabalho...

14 fevereiro 2007

Nada está tão mal....

...que não possa piorar. Meu novo passatempo é ler notícias da Venezuela. Sei lá, me dá uma sensação de que o Brasil é um país bacana, democrático.

Quando alguém começa a perseguir comediantes, é sinal escancarado de ditadura. Imaginem o Laerte, Glauco e o Angeli pagando 18 mil doletas a cada vez que dessem uma esculhambada no Lula ou no FHC...

O quê?! Há risco de terceiro mandato dobrando a esquina??Bom, então não deveria tirar sarro ao olhar para a Venezuela... Vai que estamos olhando para o futuro e não para o passado?


PS: Me adiantei em algumas horas ao Tio Rei....

12 fevereiro 2007

Inveja saudável

Alguém disse aí que a inveja é o maior dos elogios. No momento tenho inveja de Bruce Chatwin, viajante profissional e escritor - muito antes de viajantes profissionais terem uma prateleira só para eles na livraria do shopping. Estou lendo seu In Patagonia, de 1977, cujo efeito colateral é uma vontade louca de voltar para o lejano sur, vagabundear kerouacnamente pela Ruta 40.

E eu aqui tranquilo e satisfeito com este blog, um blog de viagens e relatos de viagens (é bem verdade que tão intercalados com outras bobagens que virou um blog de bobagens), quando pego esse livro....

Me deu aquela inveja saudável, desejo de emulação, mas também uma sensação de insignificância, de que não há muito mais que inventar em matéria de relatos de viagem. Chatwin é definição do que é um bom autor de livros de viagens: vai muito além de descrições de lugares, é também uma jornada pessoal do autor e acaba por influenciar a relação do leitor com os destinos visitados (uma resenha bacana da obra dele aqui). São esses elementos, na minha opinião, que tornam os livros de Amyr Klink muito bons (em especial os primeiros dois, ainda não li o último), enquanto os livros dos Schurmann são apenas medíocres.

In Patagonia não só relata a viagem de Chatwin, ele relata também a sua viagem pela Patagônia hoje. Tudo que você vai ver está lá no livro: as paisagens, os lugares, os personagens, os momentos históricos, até os fósseis. Todo site e publicação turística sobre o sul da Argentina que caíram em minhas mãos parecem ter plagiado Chatwin.

Alguns viajantes são famosos por terem marcado definitivamente o imaginário coletivo sobre determinados lugares, ou seja, ajudaram a criar os rótulos que seriam para sempre associados a esses lugares. Marco Polo e o Oriente, Vespúcio e a América, Humbolt e os Trópicos, Cook e a Polinésia. Guardando algumas proporções, Chatwin fez o mesmo na Patagônia.

Vai lá na livraria do shopping, acho que vi uma edição em português.

10 fevereiro 2007

Liquidação

Começou a liquidação anual do maior mercado de consciência limpa deste país...vamos lá, todos fazendo a sua parte...

09 fevereiro 2007

Do papel de inimigos

Eu fico impressionado como há gente que tem necessidade de ver as relações internacionais apenas como um jogo de soma zero. Bando de viúvas da Guerra Fria, precisam justificar suas ações em função da existência de um inimigo...Há dias a imprensa vem batendo o bumbo sobre uma tal parceria estratégica dos EUA com o Brasil no âmbito dos biocombustíveis para conter Chávez.

Claro que "alternativa ao petróleo" é igual a "enfraquecimento de Chávez" que é igual a "Tio Bush fica feliz". Mas há vários milhõe$ de razões para justificar, em termos absolutos, as vantagens, tanto para Brasil como Estados Unidos, de uma cooperação em biocombustíveis. Se somarmos os benefícios ambientais, então, há muito mais. Por que diabos as pessoas insistem em ver nisso uma manobra para confrontar Chávez?? Quisera Chávez ter essa importância toda... Ou talvez seja o pessoal da Carta Comunal que desejaria que Chávez tivesse essa importância toda. On marche et on merde sobre o que Chávez pensa do etanol.

O mesmo ocorre com os que dizem que a integração sul-americana é anti-americana, para fazer o gancho com outro tema aqui da repartição na pauta jornalística. Igualmente babaca é afirmar que a integração é uma forma de resistência ao "império". Seja qual for o viés, essas afirmações são equivalentes a menosprezar a importância de nossos vizinhos, como se não houvesse benefícios concretos suficientes para justificar a integração perante a sociedade. É como se nossas ações não tivessem uma razão de ser em si mesmas.

Que não me venham dizer que esse é um velho dilema das relações internacionais, ganhos absolutos versus ganhos relativos, blablabla. Nosso complexo de inferioridade é assim tão grande que precisamos basear nossa identidade em função de oposições simplistas?

Pensando bem, é uma visão bastante confortável.... Se meus atos são justificados pela oposição a um suposto inimigo, meu inimigo é responsável por meus atos, não eu. Se não posso ser responsabilizado, posso dizer e fazer a bobagem que quiser, porque no fim das contas todo o mal será culpa de meu inimigo. É confortável e ainda tem o bônus de deixar minha consciência completamente limpa - mas em total servidão.

07 fevereiro 2007

We are the web

Adorei o vídeo abaixo (via OMEdI), muito bacana, mostra como alguns conceitos dominantes hoje terão/têm que ser repensados, principalmente questões como autoria e originalidade, sob a luz das novas tecnologias.

E me recorda com pesar que no meu trabalho, que em boa parte se resume a analisar, editar e produzir informações, ainda mal usamos e-mail....



04 fevereiro 2007

Reinauguração

Este blog anda bem pouco aproveitado ultimamente...passei dos 11.000 hits e nem me dei conta. Deixei de postar por um bom tempo, mas estou resolvido a não matar este espaço, a manter o blog funcionando, ainda que de forma pouco regular, e seguir dividindo minhas andanças com quem está longe.

Aproveitei então esta tarde ociosa sem acesso à TV e, tendo como desculpa a obrigatória migração do Blogger para o Google, reformulei o template, refiz as categorias (finalmente o Blogger tem categorias!!), apaguei alguns posts que não me faziam mais sentido...serviu para recordar muita coisa boa e reativar a idéia de dividí-las por este meio eletrônico.

De certa forma, minha ausência da blogosfera pode ser interpretada como um bom sinal, de que minha presença no mundo real vem sendo requisitada...

Terminadas as aulas no Isen, passei a me sentir útil trabalhando em período integral. Não me entendam mal, não é que a experiência no Isen tenha sido negativa, longe disso. Só estava cansado de ser aluno. Não cansado de estudar, cansado de ser aluno - de ficar o dia inteiro em uma sala de aula fingindo estar prestando atenção. Depois de tantos anos de preparação acadêmica, finalmente estou devolvendo alguma coisa para a sociedade, fazendo algo e não só sendo bombardeado com informação....

(De tantos estudos, só uma certeza: o que se aprende, se aprende apesar da escola, não por causa dela...não importa o número de provas que se faça, só fica na cabeça o que se gosta e o que se usa....)

E andei viajando bastante também. Apesar de ter tudo anotadinho em meu caderno de viagens, ficarei devendo os prometidos posts sobre a Patagônia - passem no meu Flickr, há fotos incríveis lá. Basta dizer que é dos lugares mais lindos que tenho notícia e que pretendo voltar.

Pelo próximo mês estarei no cerrado, chamado a serviço. A gente se cruza.