04 junho 2006

Grandes Momentos do Turismo Porteño Surreal

Renato do Dois é blog em visita a BsAs, a trabalho, já conhecedor da cidade e devidamente introduzido ao bife de chorizo. Sábado frio e chuvoso, nada propício para fotos e turismo, mas resolvemos sair pela Callao em direção ao centro depois de um café-da-manhã (momento CAD: uma delicatessen escondida na Recoleta que nem cardápio tem, mas é ótima...) às 3 da tarde (não me perguntem...).

Plaza de Mayo, mais frio, mais chuva. Seguimos pela Avenida de Mayo atravessando a 9 de Julio seguindo o precioso guia da YPF em direção à Plaza del Congreso. No caminho, Teatro Avenida.
- No hay función hoy, pero sí un acto político...
Entramos, um pouco para ver o teatro, um pouco para espantar um pouco do frio. O lugar estava lotado, só conseguimos entrar no "Paraíso", os lugares populares próximos ao lustre, de onde os amantes do teatro com menos posses se empoleiram para ver os espetáculos. O Avenida me lembrou uma versão menor do Teatro Amazonas, a Ópera de Manaus, com sua platéia vertical e seu estilo "quero ser francês".

No lugar, muita gente aplaudindo de quando em quando uma mulher monotônica que falava em propostas. Tinha gente que claramente não estava interessada e lia a edição local da Caras. Ouvia-se um ou outro bebê chorão pelo teatro. Baixou a senhora do púlpito, subiu outra para apresentar o relatório sobre economia. Jovem, recebeu uns assobios debochados de seus compañeros na platéia. E os compañeros aplaudiam com gosto cada vez que a menina falava em estatizar tudo que foi privatizado.

Surreal. Estávamos no Congresso Nacional do Partido Socialista, no momento em que fechavam o programa para a próxima temporada de lucha. Não precisamos ouvir a Internacional, denunciou o símbolo da rosa. Verdade que não foi lá muito diferente de qualquer assembléia que vi antes na universidade, a mesma ladainha de sempre, com a exceção de que os socialistas argentinos sabem se vestir.

Renato, que é comuna e odeia a Veja, estava emocionado. Arranquei o menino de lá quando ele estava para puxar o coro El pueblo, unido, jamás será vencido.

1 comentaram:

renato disse...

Pelo menos deu pra conhecer o Avenida. E, show por show, este pelo menos era de graça. Faço só um esclarecimento: VOCÊ estava tomando o café da manhã às três da tarde. No meu caso, já era o segundo...