27 março 2006

Rompendo estereótipos

Consciente de minha função aqui como representante dos mais altos valores da pátria mãe e cioso de não manchar a imagem do escrete nacional em ano de Copa do Mundo, resisti bravamente aos convites de meus colegas para bater uma pelota com a desculpa de que não tenho calçados apropriados.

Foi inútil, me emprestaram um par de tênis e agora uma vez por semana faço algo que não fazia há muitos e muitos anos: corro atrás de um objeto esférico tentando fazer um gol. De repente, estou de volta ao campinho do colégio, demonstrando total incapacidade futebolística e extrema falta de coordenação motora, sendo o último a ser escolhido para o time e vendo que os companheiros de time preferem encarar o marcador a passar para mim.

E depois passo dois dias com dores musculares, amaldiçoando meus anos de sedentarismo, minha falta de fôlego e os parafusos de titânio nas minhas costas. Mas é o preço pela integração regional. Felizmente, os demais jogadores também eram nerds na escola e a diferença entre nossas habilidades não é tão abissal quanto no campinho do colégio, em termos relativos, portanto, estou batendo um bolão. Mas ainda sou o pior jogador brasileiro da história, uma frustração para quem se alimenta do estereótipo futebolista brasileiro.

Aguardem até o começo de minhas aulas de tango. Romperei mais um clichê, de que brasileiros sabem dançar. Mas pelo menos o farei com estilo, nos braços de alguma garota.

1 comentaram:

Anônimo disse...

Querido, que inveja de vc! Adoraria ter um parceiro para dançar tango...

Estou com saudades, que bom que em breve vc estará aqui para fazermos uma despedida com tudo que temos direito.

Beijos.
p.s O André deve chegar ai essa semana ou a próxima.