12 setembro 2005

Maestro estadista o escambau

Agora que apontaram para a nudez do rei petista, órfãos procuram uma alternativa mais vestida. Os trechos a seguir estão na mesma coluna do Luís Nassif do último domingo, 11/09/2005, na Folha, Aguardando o maestro (acesso restrito a assinantes UOL ou da FSP):

O desenvolvimentismo morreu, o neoliberalismo morreu. O que vem por aí? Esse é o enigma a ser decifrado pelos pensadores, para a próxima etapa do desenvolvimento brasileiro, que virá após as próximas eleições.
[...]
Será difícil nesse país sebastianista substituir o pensamento monofásico dominante por formas mais complexas de sonhar o futuro.
[...]
O novo desenvolvimentismo não poderá mais ser erigido em cima de clichês, como fizeram os dinossauros dos anos 80 e os cabeças de planilha dos anos 90. Há um país diversificado, com muitos cérebros pensando de forma desarticulada. Mas pronto a tocar qualquer partitura, quando entrar em cena um maestro estadista. (grifos meus)

Nassif sugere que os diversificados cérebros hoje dispersos em diferentes correntes ideológicas, monetaristas e desenvolvimentistas, sejam articulados pelo tal maestro. Ou seja, ele cai no erro que ele mesmo aponta como limitação ao país, o sebastianismo, ao sugerir a vinda de um novo messias, o "maestro estadista", já que o messias-operário da ocasião é uma farsa.

Essa coluna poderia ter sido escrita por um daqueles candangos-pioneiros com o adesivo no carro, "JK: procura-se outro".

"Maestro estadista" o escambau, que aguardem por ele sentados.

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