31 maio 2006

Locro

Nem só de churrasco vive a culinária típica argentina. Do norte do país vem o locro, prato especialmente apreciado em dias muito frios, comida da família da dobradinha, aquelas que se te contarem que tem tripa dentro você provavelmente não vai experimentar.

Pesado que só. Tiro e queda. Com vinho então, nóssinhora! Foi terminar o almoço para ouvir minha cama me chamando a quatro quadras de distância: "Siesta! Siesta!". Me rendi ao canto da sereia e capotei. Acordei quatro horas depois e vi que tinha desligado o despertador com o poder da mente.

Se alguém interessar, tem uma receita aqui.

29 maio 2006

Momento Enoboiologia

Eu achava que não gostava de vinho, mas descobri que na verdade eu não gosto é de Cabernet, que me dá dor de cabeça, mas adoro Malbec. Provavelmente nunca bebi vinho bom de verdade até me mudar para cá.

Gracias, Argentina, por mais este passo em meu processo civilizatório.

Herculóóóóóóóiiiidess

Eu nem sabia quem era o cara, mas faleceu Alex Toth, criador dos Herculóides, Space Ghost, entre outros personagens da Hanna-Barbera - e conseqüentemente responsável por muitas tardes felizes de minha infância. Um minuto de silêncio.

A bandinha na qual eu fingia que tocava baixo durante o colegial se chamou "Os Herculóides" por um tempo. Nossa...como eu tou velho...

27 maio 2006

Metodologia Científica



Ah, se eu tivesse descoberto esse site há mais tempo.....

Via De Gustibus...

24 maio 2006

Serviço

Povo de Brasília, faça um favor a si mesmo e depois do expediente vá assistir ao filme A Concepção (em cartaz por aí já faz algum tempo - só soube agora).

Não discuta. Não reclame. Vá ao cinema. Visitando o site do filme, onde está o texto do diretor "Algumas palavras e motivações", vejo que a interpretação no meu post de 6 meses atrás não era tão viagem quanto então pensei. A melhor moldura para uma história sobre um tema universal como a busca de identidade só poderia ser BSB mesmo. Regional e universal na mesma obra, não é esse um dos requisitos para um clássico?

Se alguém te disser que o filme é sobre a juventude perdida de Brasília, pode chamar de burro. Pode mesmo, eu deixo. Vai lá ver, talvez você entenda um pouco da eterna busca de identidade de sua cidade e, de lambuja, um pouco da sua busca por identidade. Depois você me agradece. Na pior das hipóteses, se você não gostar do filme, ver Rosanne Holland já vale o preço do ingresso. (ah...Rosanne Holland...que puxa!)

1. Morte ao ego. 2. Ser uma nova personalidade a cada dia. 3. Toda memória deve ser apagada. 4. O dinheiro deve ser abolido. 5. A humanidade está doente, o concepcionismo é o caminho para a cura. 6. O concepcionista é uma fraude que dura 24 horas. 7. O caminho do excesso leva ao palácio da sabedoria. 8.? 9. Voa! 10. Tudo o que foi dito deve ser esquecido agora.

22 maio 2006

O Código...

Não li o livro, fui ver o filme porque a repercussão o tornou um fait social total e quem não for ver vai ficar de fora (uau, quatro verbos seguidos!!) das conversas de botequim por algumas semanas. E também porque quase todas as salas de cinema da cidade estão passando este mesmo filme.

Achei fraco, tudo bem previsível, do inimigo oculto à identidade da herdeira. Imaginava que um filme de mistério que gira em torno de charadas deveria prender mais a atenção, principalmente de alguém que não leu a obra original.

Quanto à polêmica, que me importa? A discussão sobre a divindade ou mortalidade de Jesus me é absolutamente irrelevante - talvez por isso o filme não tenha tido nenhum impacto sobre mim.

Ou talvez seja o fato de que toda a polêmica em torno do filme tenha já contado 70% da história na imprensa. Eu achava que a igreja estava sendo idiota em armar esse fuzuê, gerando apenas publicidade gratuita, mas agora eu acho que foi tudo bem armado pela Opus Dei para minimizar o impacto do filme no público.

Em alguns anos provavelmente não me lembrarei do filme. No entanto, guardarei certamente a revelação do que é o Santo Graal. Isso sim, é o que move a humanidade em suas cruzadas.

20 maio 2006

COOOOoooooooolllllllllllll



17 maio 2006

Doente...

...febril, um pouco de dor e muito frio....

...mas o pior mesmo é não ter ninguém por aqui para me fazer cafuné....

16 maio 2006

Os 39 de 2003

Eu devia um post sobre minha estada em Brasília...podia falar da dor de cabeça que é fazer uma mudança para o exterior, de como foi bacana rever alguns lugares, podia dar detalhes de minha formatura também, mas agora é notícia velha. Talvez escrever isso agora seja um pouco de banzo devido ao fato de minha casa ainda estar tão vazia, mas eu devia um post sobre minha última estada em Brasília...

...mas não devia à cidade. Adoro o cerrado porque é lá que fui fazer minha vida, mas uma cidade só é tão boa quantos seus amigos nela - e é dessas pessoas que fazem BSB valer a pena que eu sinto mais falta.

No entanto, entre tanta gente bacana que conheci nesses últimos 8 anos, tem 38 que por força da profissão estarão sempre muito próximos. Eu só tenho a agradecer que são os 38 destas fotos.

PS: Antes que perguntem, obviamente que o 39° sou eu.

15 maio 2006

São Paulo queima

Estou com medo por meus amigos em São Paulo...as notícias que me chegam aqui via internet mostram uma situação de terror e pânico, exponencializado pela boataria por celulares, emails e blogs.

Só há um nome para descrever o que acontece quando uma facção criminosa passa a ter tintas ideológicas e a ver o Estado como inimigo: terrorismo. Isso nos coloca diante da eterna dúvida: no Estado democrático de direito, como tolerar o intolerante? Como jogar com quem não aceita as regras do jogo? O que se faz com alguém que diz "eu posso entrar numa delegacia e matar policiais. Vocês não podem entrar no presídio para me matar "?

As perguntas não são retóricas não...

Qual a reação esperada? Alimentar o discurso "Direitos Humanos para os humanos direitos"...Que retrocesso...

Não é só do PCC que o paulistano deve ter medo.

Nova template

O leitor freqüente destas páginas notará por certo as mudanças na template do blog. Ainda não estou completamente satisfeito....de qualquer forma, agora são 3 colunas, resolução 1024x768, incluí a possibilidade de navegação por categorias e tirei o Google AdSense que nunca tinha dado grana mesmo.

Vou deixar como está por uns dias para ver se recebo comentários (por favor, comentem), até mesmo porque estou há horas na frente desse template e começo a ver tudo em códigos, tou me sentindo o neo...(comentário nerd...)

PS 6 horas depois: Não agüento mais, como está fica. Acabei trocando a imagem de fundo por um banner centralizado, o título e a descrição não devem sair de lugar em resoluções maiores que 800x600, e as cores das fontes são as mesmas do antigo blogue, o que me agrada. Só não consegui melhorar a forma como são apresentadas as datas, aparentemente há algum conflito com a função de categorias.

11 maio 2006

Breve, em um cinema perto de você

Minha geração é talvez a primeira por passar pela crise da meia-idade por volta (no meu caso, antes) dos 30 anos. Não sei se é causa ou conseqüência, mas o mercado cinematográfico é um bom indicador disso.

X-Men, Quarteto Fantástico, Homem Aranha e até mesmo uma seqüência dos filmes 80's do Super Homem, com direito a Kevin Spacey no papel de Gene Hackman (assista ao trailer, estão igualzinhos). Depois dos heróis dos quadrinhos de nossas infâncias terem partido para a tela prateada, chegou a vez dos seriados. Outro dia morri de rir com um trailer de Miami Vice, incluindo um Colin Farrel com um mullet seboso demais até para os anos 80, e agora encontro esta notícia, a ressurreição da Supermáquina.

É claro que vou ver todos...mas, por favor, que David "Baywatch" Hasselhoff não seja escalado para fazer Michael Knight de novo. Seria ainda mais doloroso do que ver Erik Estrada obeso no CHiPs'99. CHiPs, aliás, está também em pré-produção, lançamento previsto para 2008, com Fez do 70's Show escalado para o herói latino.

Falta o Esquadrão Classe A. Quem seria o Mr. T do século XXI?

Alguém pode dizer que é só um sinal do pós-modernismo, onde nada se cria, tudo se recicla, mas este post me fez sentir tão velho...


PS: Falta não. The A-Team também está em produção....

10 maio 2006

Tonga da Milonga

Hoje foi minha primeira aula de tango, na Confiteria Ideal, um das milongas mais tradicionais de Buenos Aires, lá na zona mesmo, hoje inevitavelmente faturando mais com aulas para gringos. Mas havia um grupinho de respeitáveis tios e tias locais esperando ansiosamente os amadores terminarem as aulas para dominarem o salão.

Como os colegas argentinos são cobrados no exterior por suas supostas habilidades tangueiras, resolveram aprender um pouco para não fazer feio lá fora (algo como se o Instituto Rio Branco ensinasse a gente a jogar bola) - e lá fui eu junto. É mais ou menos assim:

atrás,1-esquerda,2-frente,3-4-freia-puxa-volta-trava-come-a-menina-com-os-olhos- frente,6-7-8,pára-atrás,1...

Talvez um dos últimos redutos do macho latino, no tango somos nós que mandamos. As mulheres seguem. A primeira coisa a fazer ao entrar na milonga é esquecer a educação matriarcal e a igualdade entre os sexos. Esqueça o homem sensível que as revistas dizem que elas buscam, você é cafa mesmo. O lunfardo não tem tradução para metrossexual, isso é coisa de puto. Você é o provedor. É você que vai pagar o jantar, as bebidas e a milonga. E ela, ciente de seu papel, vai se apoiar na sua mão esquerda e fazer o que sua mão direita mandar, vai te seguir no sentido anti-horário pelo salão.

Surpreendentemente bacana, até me doem as panturrilhas. Terça que vem eu volto. Enquanto isso vou ouvindo pela internet a altamente recomendável La 2x4 FM, Rádio Tango de Buenos Aires.

09 maio 2006

What would Jesus do?

Finalmente, um método anticoncepcional aprovado pela igreja.

Não deixe de visitar também a lojinha do Intelligent Design.

(via LLL)

07 maio 2006

Fim de semana

…blogs e Youtube.com acabaram com minha vida produtiva…

Chávez quer plebiscito que permita reeleição até 2031

(da France Presse, via Folha Online)

Essa é boa, mas não devia surpreender, afinal, existem "eleições" em Cuba também.

Depois acusam de reacionários tipos como eu que vêem traços autoritários preocupantes em qualquer regime populista da história da América do Sul - incluo aí os neo-populistas também (um conceito em discussão) e os muitos "nacionais-desenvolvimentistas".

Já dá para imaginar o Brasil contribuindo com o "excesso de democracia" da Venezuela enviando algumas urnas eletrônicas para lá. Vai aqui minha sugestão para o design da urna eletrônica venezuelana, muito mais simples e elegante, sem nenhuma função redundante, enfim, excessivamente democrática:

PS: Essa é uma reedição de uma piada que fiz sobre as eleições no Iraque que tiveram 99% de votos para o Sadam, antes da invasão americana. Qualquer semelhança é mera coincidência?

05 maio 2006

O gás é deles mas a infra-estrutura era da Petrobrás

Eu ia fazer algum comentário aqui sobre a nacionalização do gás na Bolívia, mas não faz falta:

- PRA já publicou o resumo da ópera (via "Ex-blog do Cesar Maia");

- O Globo já ilustrou em foto e em charge;

- E o Kibeloco já sacaneou.

03 maio 2006

Che

Não, este post não é sobre o revolucionário protagonista de um filme de Walter Salles. Sobre ele, acho que a Argentina perdeu um bom médico e o mundo ganhou uma camiseta feia.

Me refiro à importância do che na comunicação local. Palavra de origem obscura, me disseram por aqui que significa "gente" em mapuche, língua de algumas das dizimadas tribos aborígenes que habitavam entre os Pampas e a Patagônia.

Não é exatamente o tchê dos gaúchos brasileiros, que (tenho a impressão, algum gaúcho certamente me poderá corrigir) é mais usado como interjeição, geralmente ao final da frase, ou mesmo no meio como no exemplo Bah, tchê, que eu gosto.... O che é um vocativo, início de 9 em cada 10 frases porteñas. Talvez o analogamente mais próximo no Brasil seja o Ô-ô goiano, mas este não é tão difundido.

Eu queria uma moeda por cada che que ouvi. Che, me bastaria uma moeda para cada che que falei, a expressão vicia e quando você se dá conta, já é o vocábulo mais usado. É também ótimo para dar início a um papo com quem você não conhece ou não lembra o nome.

Imagino um conto, deixo para que os fãs de Borges o escrevam, sobre um dia sem che na Argentina, seja por decreto ou por razões fantásticas. Os nativos teriam sua capacidade de comunicação seriamente afetada. Ninguém conseguiria começar uma conversa informal, ficariam reduzidos a formalismos arcaicos ou se renderiam à linguagem de sinais. Teriam que chamar a atenção uns dos outros com gemidos grotescos ou tapinhas nos ombros, o que, dependendo da duração e intensidade, poderiam levar a tapas raivosos e grunhidos de dor. Casamentos seriam arruinados por falta de comunicação. Uns tantos outros seriam salvos, é verdade. Sem comunicação eficiente, ordens não poderiam ser cumpridas. As Forças Armadas entrariam em colapso. Os serviços mais básicos deixariam de ser prestados por simples falta de comunicação entre comprador e vendedor. A bolsa cairia, o dólar subiria, uma fuga de capitais sem precedentes acompanharia a subversão de qualquer regra de mercado que pressuponha alguma simetria de informação. Seria o caos, o desmantelamento do tecido social. Milhões de pessoas finalmente sairiam às ruas em panelaços nunca vistos, exigindo a volta do bendito monossílabo. Che, estaria buenísimo

5.000

Em algum momento da noite entre o dia 2 e 3 de maio, alguém no Japão usando um computador ligado ao servidor da DEODEO Corporation caiu no Crônica do Explorador deitado na rede, tornando-se meu/minha 5.000 visitante.

A exemplo da auditoria anterior, pago uma cerveja ao ilustre leitor, se for uma leitora, pago o café da manhã também. O prêmio não foi reclamado anteriormente, entre em contato pela caixa de comentários.

Recentemente, o Sitemeter acusou visitas via servidores de Irã (?!) e Moçambique, o que somados aos leitores que aqui chegam por servidores europeus, norte-americanos, sul-americanos, coreanos e japoneses, junto às minhas auto-visitas desde a Antártica, me permitem dizer que este blog já rodou o mundo todo. Só para me ufanar mesmo.